Ritmo de redução da extrema pobreza na América Latina e no Caribe mostra estagnação, diz FAO

03/12/2013 - 16h41

Thais Araujo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Além dos avanços na área de segurança alimentar, com 16 dos 38 países da América Latina e do Caribe, entre eles o Brasil, tendo reduzido pela metade a proporção de pessoas com fome, a região também alcançou resultados positivos na redução da extrema pobreza. O conceito é definido com base na proporção de pessoas cujas rendas são inferiores a US$ 1 (R$ 2,35) por dia.

De acordo com o Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional 2013, principal publicação regional da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), lançada hoje (3) em Santiago (Chile), o ritmo de diminuição nos últimos três anos, no entanto, mostra tendência de estagnação, o que é "um sinal preocupante", diz o comunicado.

O documento cita dados da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), que é uma das cinco comissões regionais das Nações Unidas, segundo os quais a população em condições de indigência (extrema pobreza) reduziu-se praticamente à metade entre 1990 e 2010, passando de 23% para 12%, enquanto a população em situação de pobreza (incluindo a indigência) caiu de 48% para 31% no mesmo período. Se for considerado o intervalo entre os anos de 2010 e 2012, a extrema pobreza caiu somente 0,7 ponto percentual, passando de 12,1% para 11,4%.

Para justificar os avanços na redução da pobreza, ainda que tenham diminuído o ritmo mais recentemente, o panorama enfatiza que eles "refletem parcialmente duas décadas de um crescimento econômico dinâmico, mesmo com taxas de crescimento acima da média mundial durante o período pós-crise econômico-financeira de 2008–2009, aliado com um conjunto de políticas sociais que permitiram transferir recursos públicos para os domicílios mais vulneráveis".

O relatório cita a implementação do Brasil sem Miséria como estratégia bem-sucedida para minimizar a pobreza e erradicar a fome na região. O documento também ressalta que os dois problemas não abrangem apenas as famílias que vivem nessas condições, tampouco as comunidades, municípios ou estados a que pertencem e não devem ser considerados questões de um único país. Pelo contrário, sua existência tem impactos negativos em toda a região. "Isto nos indica que é um desafio que devemos enfrentar conjuntamente e
uma tarefa que concentra inteiramente os esforços do Escritório Regional da FAO", diz o comunicado.

Edição: Fábio Massalli

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