Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Com a queda de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre em relação ao período anterior, o Brasil teve um desempenho econômico pior que a maioria dos demais países do G20 e do Brics, segundo admitiu hoje (3) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ele destacou, entretanto, que os números revisados do PIB do segundo trimestre indicam resultado inverso, com a economia brasileira tendo crescimento maior que a dos integrantes dos dois blocos.
Segundo Mantega, os números revisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, no segundo trimestre, a economia brasileira passou de um crescimento de 1,5% para 1,8%, o que coloca o país à frente da maioria dos parceiros do G20 (cúpula que engloba as maiores economias mundiais) e acima dos países do Brics (além do Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul).
“Na comparação internacional, comparando com os países do G20, com a revisão do segundo trimestre, o Brasil seria um dos países que mais cresceram no G20. No segundo trimestre com 1,8% [de crescimento do PIB], o Brasil teria crescido mais do que a China. Mas com o terceiro trimestre, então, o Brasil teria crescido menos que a maioria dos países”, disse o ministro.
Ainda segundo o ministro, a mesma coisa ocorreu entre os países do Brics. “Com o segundo trimestre, seríamos o país que mais cresceu entre os Brics, mas com terceiro trimestre somos o país que menos cresceu entre os Brics. Ainda bem que depois se faz uma média, nem um extremo nem outro extremo. Estaríamos crescendo mais ou menos no mesmo ritmo da economia mundial, que está sendo revisto”, argumentou.
Mantega observou que a economia internacional deve crescer a taxas menores que a estimada pelos principais analistas econômicos, que previam 2,7% para um resultado que deve ficar entre 2,3% e 2,4%.
O ministro disse que o comércio varejista vem mostrando uma certa recuperação, o que ajuda na melhoria de desempenho, mas observou que o crescimento está abaixo do esperado. “Estamos em trajetória de crescimento, mas não na velocidade que gostaríamos”, disse o ministro. Questionado sobre as repercussões negativas em torno da Petrobras, cujas ações tiveram uma desvalorização de 10%, Mantega preferiu não fazer comentários.
Edição: Davi Oliveira
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