Espanha também convoca embaixador norte-americano para esclarecer denúncias de espionagem

25/10/2013 - 14h12

Carolina Sarres
Repórter da Agência Brasil*

Brasília – O governo espanhol convocou o embaixador dos Estados Unidos no país, James Costos, para ser ouvido na próxima segunda-feira (28) sobre as notícias divulgadas hoje (25) pela imprensa do país, que informou que o Serviço Secreto norte-americano também teria espionado as comunicações da Espanha. De acordo com as informações, a Agência de Segurança Nacional (NSA) espionou diversos membros do governo e políticos, inclusive o ex-primeiro-ministro, José Luis Rodríguez Zapatero.

A convocação do embaixador foi anunciada hoje pelo primeiro-ministro do país, Mariano Rajoy, que participa, em Bruxelas, na Bélgica, do encontro de líderes da União Europeia. O ministro de Assuntos Exteriores da Espanha, José Manuel García-Margallo, disse que a reunião com o embaixador norte-americano está marcada para a manhã de segunda-feira.

O tema passou a ser o principal da agenda na reunião de chefes de Estado e de Governo da União Europeia depois de, nos últimos dias, a imprensa internacional ter noticiado espionagem dos Estados Unidos à França. O governo da Alemanha informou que também investiga a interceptação de chamadas do telefone celular da chanceler Angela Merkel.

"Não temos provas de que Espanha tenha sido espionada, mas estamos chamando o embaixador para obter informação. As atividades de espionagem não são apropriadas entre países sócios e aliados. Espanha e Estados Unidos são países amigos e aliados e desejamos manter uma relação bilateral o mais estreita possível”, disse Rajoy.

A condenação do monitoramento de comunicações feito pelos Estados Unidos já havia sido condenado tanto por Merkel, quanto pelo presidente da França, François Hollande. Os governos alemão e francês também convocaram os embaixadores dos Estados Unidos em seus países para prestar explicações.

França e a Alemanha, por meio do presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, comunicaram que vão buscar um entendimento com os Estados Unidos sobre os serviços de espionagem até o final do ano. A iniciativa deve ter a adesão de outros países da União Europeia.

O primeiro-ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, disse que o país vai participar das conversas. Mariano Rajoy, por outro lado, informou que a Espanha não vai integrar esses esforços por entender que questões relacionadas à inteligência são de responsabilidade dos governos nacionais e não da União Europeia.

*Com informações da Lusa   //   Edição: Denise Griesinger
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