Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O secretário-geral da Presidência da República, ministro Gilberto Carvalho, afirmou hoje (18) que, “de maneira alguma”, as manifestações de rua irão comprometer o leilão do Campo de Libra, o primeiro do pré-sal, que está marcado para segunda-feira (21). Diversas companhias petroleiras internacionais estão no Rio de Janeiro para participar do leilão.
Após participar de audiência pública no Senado, o ministro disse que a presidenta Dilma Rousseff tem a preocupação “natural” de ouvir democraticamente as demandas apresentadas nas manifestações, mas não cogita cancelar a disputa marcada para a próxima semana. “Estamos tomando todas as medidas para que o leilão transcorra, porque entendemos que a maioria do povo brasileiro está de acordo com o uso dos recursos do petróleo do jeito que está proposto e de maneira que beneficie a todo o povo brasileiro.”
O ministro espera que não seja necessário o uso da força para dispersar manifestações “não democráticas”, mas ressaltou que a presença das Forças Armadas no Rio, para reforçar a segurança do leilão, deverá ter o efeito de dissuadir protestos violentos. Para ele, as manifestações são legítimas e devem ser respeitadas, mas, diante do que tem ocorrido ultimamente no país, houve "um processo de prevenção", para evitar a ação de alguns grupos radicais.
"Esses grupos não terão sucesso. É dever do Estado, em um evento dessa natureza, ter contenção, ter poder dissuasório sobre qualquer aventura de uso de meios não democráticos para o protesto", disse Carvalho. Ele ressaltou, porém, esperar que a força disponibilizada no Rio não seja necessária. "Esperamos que as manifestações ocorram dentro do processo democrático, sem violência, e que não haja pessoas feridas. Enfim, que haja, como sempre, o processo democrático, sem uso da violência.”
Em resposta às críticas e protestos sobre a possibilidade de que petroleiras internacionais explorem o petróleo brasileiro do pré-sal, o ministro destacou que o controle de todo o processo continua com a Petrobras e que, com o sistema de partilha, não há mais risco de o Brasil sair prejudicado. “A presença do capital internacional é necessária para que haja a exploração, mas o controle e a parte maior dos recursos são do povo brasileiro. Temos consciência tranquila quanto a isso”, concluiu Carvalho.
Edição: Nádia Franco
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