Fernanda Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O movimento sindical faz um ato na Avenida Paulista pela defesa de melhorias nas condições trabalho, como parte da Jornada Mundial pelo Trabalho Decente, que ocorre hoje (7) em várias partes do mundo. Os manifestantes iniciaram a concentração na Praça Oswaldo Cruz às 10h e seguiram, às 11h20, em caminhada até o prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), onde entregarão um documento para o empresariado. O protesto bloqueia duas faixas no sentido Consolação.
Segundo João Carlos Gonçalves Juruna, secretário-geral da Força Sindical, a campanha mundial é pela regularização do trabalho, sobretudo nos países mais pobres. “Com a globalização, as empresas normalmente procuram onde tem menos organização, onde a legislação é fraca em relação aos trabalhadores, por isso essa campanha mundial”, disse ele.
No Brasil, participam a Força Sindical, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a União Geral dos Trabalhadores (UGT), que são filiadas à Confederação Sindical Internacional. De acordo com os organizadores, os atos foram articulados com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Para Juruna, o Brasil precisa corrigir distorções como a falta de registro em carteira profissional, que faz o trabalhador perder vários direitos; o reconhecimento das convenções coletivas, permitindo melhorias de condições de trabalho, de jornada e no pagamento de horas extras; a redução das demissões imotivadas; e o combate ao trabalho escravo e infantil.
De acordo com Quintino Severo, secretário de Finanças da CUT nacional, a passeata de hoje também é contra a terceirização. “Infelizmente, tramita no Congresso Nacional um projeto que amplia a precarização, amplia as más condições de trabalho no Brasil”, declarou. Outras reivindicações, como redução da jornada de trabalho e discriminação contra mulheres, fazem parte da pauta dos movimentos.
Segundo Severo, antes de seguir para a Avenida Paulista, os manifestantes protestaram em frente a uma concessionária da montadora Nissan para denunciar más condições de trabalho de uma fábrica da empresa nos Estados Unidos. "É uma empresa que não permite aos seus trabalhadores irem ao banheiro. Então, coloca uma condição muito análoga ao trabalho escravo”, disse ele.
Edição: Davi Oliveira
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