Secretaria de Segurança confirma apresentação de PMs acusados no caso Amarildo

04/10/2013 - 23h07

Akemi Nitahara
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Os dez policiais militares (PMs) acusados de torturar, matar e ocultar o corpo do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza já se apresentaram no Quartel-General da Polícia Militar, no centro da capital fluminense, segundo informação da Secretaria de Estado de Segurança. A apresentação ocorreu após a prisão preventiva decretada hoje (4) pela juíza Daniella Alvarez Prado, da 35ª Vara Criminal do Rio.

O advogado Marcos Espínola, que representa os soldados Victor Vinícius Pereira da Silva, Douglas Roberto Machado, Jorge Luiz Gonçalves Coelho e Marlon Campos Dias, disse que não há provas de que os policiais cometeram o crime. “O conjunto provatório é muito frágil, não há provas precisas que os policiais militares tenham participado em qualquer evento criminoso”, declarou.

“Na realidade o que há é indícios. Os indícios podem ser resumidos por eles terem conduzidos essa pessoa, Amarildo, do portão do centro de comando até o portão vermelho. Lá foram chegadas as informações. Não havia nenhum mandato de prisão contra ele, não havia nenhuma identificação que pudesse incriminá-lo. Aí ele foi posto em liberdade neste momento. Eles viram o Amarildo ir embora”, completou.

O advogado considerou a denúncia do Ministério Público vaga e que vai entrar com um habeas corpus em favor de seus clientes. “Após analisar todo o processo, vou entrar com um habeas corpus, que é um processo volumoso. A matéria do habeas corpus é que são réus primários, de bons antecedente e de relevante serviços prestados ao estado do Rio de Janeiro, e não há como eles se evadirem do juízo da culpa”. Espínola acompanhou os policiais, que se apresentaram voluntariamente no início da noite no Quartel-General da Polícia Militar.

O ajudante de pedreiro sumiu no dia 14 de julho, depois de ser levado por PMs para a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Favela da Rocinha, no bairro de São Conrado, na zona sul da cidade. O ex-comandante da unidade sustentou que Amarildo foi ouvido e liberado, mas nunca apareceram provas que mostrassem o pedreiro saindo da UPP, pois as câmeras de vigilância que poderiam registrar a saída dele não estavam funcionando.

 

Edição: Aécio Amado

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