Governo do Quênia diz que ataque terrorista não terá impacto na economia

27/09/2013 - 9h58

Da Agência Lusa

Nairobi - O ataque terrorista a um centro comercial na capital do Quênia não terá "grande impacto sobre o desempenho econômico", disse hoje (27) o ministro das Finanças, Henry Rotich, depois de a agência de avaliação de risco norte-americana Moody's ter previsto um impacto de 0,5% no Produto Interno Bruto (PIB).

"Reconhecemos que o ataque tem custos diretos e indiretos, como a destruição da propriedade e licenciamentos no centro comercial, mas a contribuição econômica do centro comercial representa apenas uma pequena parte do comércio, das atividades turísticas, de restauração, de hotelaria e do setor da intermediação financeira na nossa economia", argumentou o ministro.

Assim, não se prevê "qualquer impacto sobre o desempenho econômico global", disse ele, acrescentando que a meta de crescimento para 2013 mantém-se entre 5,5 e 6%.

De a cordo com previsão da Moody's, o ataque terrorista ao centro comercial na capital queniana vai fazer o crescimento da economia recuar 0,5%. A agência considerou a quebra de receitas que se seguiu a outros episódios de violência.

Segundo nota da Moody's, o ataque terá impacto negativo na revisão do rating (opinião sobre a capacidade de um país ou uma empresa saldar seus compromissos financeiros) do Quênia, atualmente em B1 com perspetiva estável, e "prejudicará o crescimento e as receitas fiscais, mais diretamente por meio do efeito no turismo, que representa 12,5% do PIB, 7,4% do investimento e 11% do total de empregados" no país.

Com base nos efeitos econômicos que tiveram o ataque da Al Qaeda à Embaixada dos Estados Unidos, em 1998, e a violência étnica após as eleições, em 2008, a Moody's prevê que o mesmo ocorra este ano, "reduzindo o crescimento do PIB em cerca de 0,5% na época alta do inverno de 2013-2014".

A Moody's não prevê, no entanto, que o ataque tenha consequências em termos de investimento externo ou ajuda internacional.

O comando islamita Al Shebab atacou, no fim da manhã de sábado (21), o centro comercial Westgate com granadas e armas automáticas, disparando sobre empregados e clientes. Depois, fez  barricada no interior do edifício com reféns.

O cerco e a tentativa de acabar com a ocupação e o sequestro, por parte das forças de segurança quenianas, durou cerca de 80 horas, tendo terminado na terça-feira (24) à tarde.

O presidente queniano, Uhuru Kenyatta, anunciou o fim do ataque e a morte de 61 civis e de seis integrantes das forças de segurança. Cinco atacantes foram mortos e 11 suspeitos detidos, disse.

O movimento islamita Al Shebab informou, no entanto, que foram mortos 137 reféns.