Leandra Felipe
Correspondente da Agência Brasil/EBC
Bogotá – Por meio de comunicado divulgado hoje (27) o chefe máximo das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Rodrigo Londoño, conhecido como Timoleón Jimenéz ou Timochenko declarou não ter ameaçado divulgar informações sobre o que a delegação da guerrilha e o governo estão negociando em Havana, Cuba.
No comunicado com o título: Adendo Necessário, Timochenko nega que tenha ameaçado revelar informações sobre os diálogos de paz em Havana. Em uma carta enviada na quarta-feira (25), ele havia dito que os delegados das Farc apresentariam um relatório com revelações sobre o que está sendo negociado.
No texto divulgado hoje, Timochenko apontou que a confidencialidade do processo foi uma das regras acordadas entre as partes, antes das conversações. “Isso [o segredo] é o quarto ponto das regras de funcionamento, por isso as discussões da mesa em Havana, não serão públicas”, diz o comunicado.
Em tom mais ameno que o apresentado na carta anterior, em que acusa o presidente colombiano, Juan Manuel Santos de “muita retórica e pouca ação”, Timochenko reconhece que, em diversos espaços, Santos conseguiu avançar, inclusive em algumas medidas tomadas pelo governo para desenvolver atividades no setor agrário, primeiro item da pauta, para o qual já houve um acordo parcial.
Ele disse que não ameaçou revelar informações do processo, e que teria sido mal interpretado. “Com franqueza, é um exagero e até uma atitude mal intencionada, falar de ameaças nossas nesse sentido”, defendeu-se.
No comunicado anterior, Timochenko disse que “diante da grande ofensiva discursiva e midiática contra as Farc e contra o que acontece na mesa, havia decido autorizar aos delegados que elaborassem um relatório ao povo do país.
A reação do governo foi rápida. O negociador chefe Humberto de la Calle criticou a suposta intenção revelada por Timochenko e disse que a “quebra da confidencialidade” seria algo “preocupante”.
Hoje o Wall Street Journal publicou um artigo do presidente Santos intitulado: “Por que estou negociando com terroristas?” No texto, escrito em primeira pessoa, ele explica as razões para o processo de paz com as Farc e demonstra otimismo quanto ao sucesso da negociação e a possibilidade de firmar um acordo pelo fim do conflito de meio século.
Edição: Valéria Aguiar
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