Presidente da Câmara do Rio não fará uso de força para retirar professores que ocupam plenário

26/09/2013 - 20h13

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – O presidente da Câmara de Vereadores do Rio, Jorge Felipe (PMDB), disse que não usará de violência para retirar os professores que ocupam o plenário da Casa desde as 15h30 de hoje (26). Os professores querem que os vereadores retirem da pauta de votação o Plano de Carreira, Cargos e Remuneração (PCCR) enviado pela prefeitura. Eles argumentam que 93% dos professores estão excluídos dos benefícios do plano. Por causa da presença dos professores, a sessão que votaria hoje o plano foi encerrada e só deverá ser retomada na próxima terça-feira (1º). O Palácio Pedro Ernesto, na Cinelândia, sede do Legislativo municipal, está cercado por dezenas de policiais militares, que também se posicionaram no interior do prédio.

“Aqui é a Casa do povo. [Os professores] serão sempre bem-vindos. Nós nunca tomamos atitude nesse sentido [de ordenar a desocupação]. Eu tenho uma história democrática e não vou riscar a minha trajetória política [com uso de violência]. Não respondo pelos excessos que possam ocorrer. Porque existem pessoas que se aproveitam desses instantes para proceder com agressão e terminam generalizando. Eu tenho muita esperança, confio nos professores, de que nós não chegaremos a este ponto", disse Felipe, que no entanto criticou a ocupação do plenário: "É um espetáculo que a democracia se envergonha de oferecer".

O presidente da Câmara declarou ainda que o plano defendido pelo Sindicato Estadual dos Professores do Estado do Rio de Janeiro (Sepe) é inviável, pois levaria o município à falência. "O que o Sepe pede, em nome do magistério, é um pleito impossível da prefeitura cumprir. Se atendido o pleito, nos conduziria à falência da prefeitura da cidade do Rio de Janeiro."

A possibilidade de falência do município foi rebatida pelos representantes do Sepe que participaram de uma reunião com o líder do governo, vereador Luiz Antônio Guaraná (PMDB). "Não quebra o município. O que quebra é o desvio da verba da educação", disse Gesa Correa, que faz parte da diretoria do sindicato. Os professores pediram a Antônio Guaraná a retirada do pedido de urgência do projeto. O líder fez contato com o prefeito Eduardo Paes, que negou a retirada do projeto ou do regime de urgência.

 

Edição: Aécio Amado

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