Médicos alertam para os riscos das doenças cardiovasculares no Brasil

24/09/2013 - 23h25

Cristina Indio do Brasil
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O Brasil é um dos países que assinaram o compromisso internacional da Organização Mundial da Saúde (OMS) de diminuir o número de casos de mortes por infarto e por acidente vascular cerebral (AVC), o chamado derrame, em 25% até o ano de 2025.

O diretor de Promoção da Saúde Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Carlos Alberto Machado, disse à Agência Brasil que para atingir a meta é preciso conscientizar a população para a gravidade desses problemas no Brasil. Segundo ele, os dados de um relatório de 2011 do Ministério da Saúde apontam que anualmente 344 mil pessoas morrem de doenças cardiovasculares no país.

O médico acrescentou que, um congresso americano de hipertensão, na semana passada, foi publicado um estudo mostrando que as pessoas com sobrepeso na infância e na adolescência têm duas vezes mais risco de desenvolver hipertensão quando forem adultas. No caso de crianças obesas, o risco é quatro vezes maior. A pesquisa foi feita com 1.117 crianças em Indianápolis, nos Estados Unidos. “É preciso tratar os fatores de risco para evitar o infarto lá na frente”, ressaltou.

O cardiologista ressaltou a necessidade de conscientizar a população a ter hábitos sadios como alimentação mais saudável e evitar o fumo. “Devemos começar o mais cedo possível. A última Pesquisa de Orçamento Familiar do IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] mostrou que a população está comendo mais carne com gordura. Antes as crianças brincavam jogando bola.
Hoje elas passam até seis horas diante do computador e da televisão com videogame”, disse.

Carlos Alberto Machado alertou que, se nada for feito, o Brasil terá em 2040 o maior número no mundo em mortes por doenças cardiovasculares, segundo previsão da OMS.

Para conscientizar a população, a Sociedade Brasileira de Cardiologia está promovendo ações em vários estados para passar informações sobre os cuidados para evitar essas doenças. No Rio de Janeiro, as ações ocorrem em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. No município, segundo a cardiologista Sandra Coelho, a SBC desenvolve um trabalho de rotina com a população e intensifica os esclarecimentos em datas específicas. No próximo domingo (29), por exemplo, será comemorado o Dia Mundial do Coração.

“Estamos fazendo palestras e distribuindo folders em policlínicas e unidades básicas de Saúde, orientando a população para os riscos de doenças não transmissíveis, porque não são nem bacterianas e nem virais como a hipertensão e a diabetes”, explicou à Agência Brasil.

A médica disse ainda que atualmente Belford Roxo tem 27 mil e 700 pacientes inscritos no Sistema de Gestão Clínica de Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus da Atenção Básica (Hiperdia), do Ministério da Saúde. As ações no município antecedem ao 68º Congresso Brasileiro de Cardiologia, que começa no sábado (28) e segue até o dia 1º de outubro, no Riocentro, zona oeste do Rio.

 

Edição: Aécio Amado // Matéria alterada às 16h16 para esclarecer informações

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