Paulo Virgilio
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A peça Pierrot, de Paschoal Carlos Magno, abre hoje (17) o Ciclo de Leituras Dramáticas, promovido na Sala Sidney Miller, no centro do Rio, pela Fundação Nacional de Artes (Funarte). Com exceção da obra de estreia, escrita em 1929, o ciclo terá até dezembro em sua programação textos de autores contemporâneos premiados pelo órgão, vinculado ao Ministério da Cultura. As leituras serão sempre às terças-feiras, às 18h30, com entrada gratuita.
A proposta de um ciclo de leituras partiu do novo presidente da Funarte, Guti Fraga, com o apoio do diretor do Centro de Artes Cênicas da instituição, Antonio Gilberto. “O ciclo é uma coisa nova e com ele pretendemos tornar mais conhecidos os textos premiados no Concurso Nacional de Dramaturgia promovido pela Funarte de 2003 a 2005”, explicou Gilberto. Segundo ele, a intenção é futuramente estender o ciclo às outras capitais onde o órgão tem unidades: Brasília, São Paulo e Belo Horizonte.
O concurso, que não voltou a ser feito, premiou textos das cinco regiões geográficas do país, nas categorias teatro adulto e teatro para a infância e juventude. Atualmente, segundo Gilberto, a Funarte conta apenas com o Prêmio Luso-Brasileiro de Dramaturgia, promovido em conjunto com o Instituto Camões, de Portugal, que contempla textos brasileiros e portugueses.
“O ciclo é também uma maneira de convidar jovens alunos de teatro para integrar os elencos, sob a direção de nomes consagrados”, disse Gilberto. Os premiados Luiz Fernando Lobo, Gilberto Gawronski e Lauro Góes são alguns dos nomes que vão dirigir as dramatizações dos textos selecionados.
Na leitura de Pierrot, porém, a direção será do próprio diretor do Centro de Artes Cênicas, com a interpretação a cargo de servidores e colaboradores da Funarte. A escolha da peça é uma homenagem da fundação ao autor. “Paschoal Carlos Magno [1906-1980] foi um grande incentivador do jovem nas artes cênicas, por meio de inúmeras atividades que empreendeu, entre elas o Festival de Teatro do Estudante, que revelou talentos como Sérgio Cardoso e Sérgio Britto”, lembrou o diretor.
Dois legados de Paschoal ao governo federal são hoje administrados pela Funarte: a Casa de Santa Teresa, utilizada para hospedar grupos de teatro do interior, além de abrigar o Teatro Duse, pequena sala dedicada ao teatro de bonecos, e a Aldeia de Arcozelo, no município de Paty do Alferes, na região centro-sul fluminense. “Paschoal doou a casa para que ela se tornasse uma universidade das artes, oferecendo cursos, seminários e outras atividades”, informou Antonio Gilberto. Segundo ele, desde o ano passado o órgão está em negociação com o governo do estado e com a prefeitura de Paty do Alferes para a reforma do local.
A próxima peça do Ciclo de Leituras Dramáticas, no dia 24, é O Santo Espantalho, de Carlos Alberto Bittencourt. O texto foi premiado em 2003, na categoria teatro adulto/Região Norte. A Sala Funarte Sidney Miller fica no térreo do Palácio Gustavo Capanema, no centro do Rio.
Edição: Graça Adjuto
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