Comissão para investigar deputados envolvidos na Operação Apocalipse não é instalada por falta de quórum

27/08/2013 - 20h00

Luciano Nascimento
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A Comissão Processante criada para apurar a conduta dos deputados envolvidos na Operação Apocalipse não foi instalada na manhã de hoje (27), por falta de quórum. Dos cinco integrantes, quatro não compareceram à sessão de instalação. Somente o presidente da comissão e o corregedor da Assembleia Legislativa de Rondônia, deputado Lebrão, esteve presente.

A Assembleia Legislativa, por meio da assessoria de imprensa, informou à Agência Brasil que uma nova reunião foi marcada para amanhã (28), às13h, para tentar instalar a comissão.

A comissão foi criada após o afastamento de cinco deputados suspeitos de envolvimento em um esquema de financiamento de campanhas políticas com dinheiro do tráfico de drogas e fraudes em cartões de crédito. A comissão é composta pelos deputados Lebrão, Adelino Follador, Jaques Testoni, Valdivino Tucura e Edison Martins.

A comissão vai avaliar a quebra de decoro do presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, Hermínio Coelho (PSD), investigado por crime de peculato, do vice-presidente da Casa, Jean Oliveira (PSDB), e dos deputados Ana da 8 (PTdoB), Adriano Boiadeiro (PRP) e Cláudio Carvalho (PT).

Além de serem investigados na Operação Apocalipse, Ana da 8 e Jean de Oliveira também foram investigados na Operação Termópilas, da Polícia Federal, que denunciou um esquema de corrupção com recursos da Saúde, em que foram punidos com a suspensão temporária do mandato e do salário.

Comissão semelhante foi criada no âmbito da Câmara de Vereadores de Porto Velho, para apurar o envolvimento de cinco vereadores com a quadrilha. Os vereadores foram notificados no dia 19 e têm dez dias para apresentar a defesa. A comissão tem o prazo de 90 dias para emitir relatório final, que deverá ser votado em plenário. A punição vai desde censura até a cassação do mandato.

Os crimes investigados na operação Apocalipse, segundo a polícia, estão ligados a um esquema de estelionato, tráfico de drogas, falsificação de documentos, fraude em empresas de cartões de crédito, peculato, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, prevaricação, quebra de sigilo funcional e formação de quadrilha, que movimentou R$ 80 milhões em nove estados. Só em Rondônia, foram R$ 33 milhões. A quadrilha tem um patrimônio que inclui 200 carros, imóveis e cotas em empresas. O inquérito deve ser encaminhado à Justiça no início de setembro.

 

Edição: Aécio Amado

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