Akemi Nitahara
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Implantado a partir de 2007, o programa do governo estadual das unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) tem contribuído para melhorar o atendimento à população, apesar de não resolver completamente o problema do serviço público de saúde.
A dona de casa Sonaike Chaves de Souza, de 25 anos, levou os filhos Maria Sofia, de 3 anos, e João Vitor, de 7 anos, que estavam com febre, dor de garganta e diarreia, à UPA da Tijuca, na zona norte, depois de procurar o posto de saúde perto de sua casa, no Morro São Carlos, e não encontrar médico para atendê-los. “Hoje foi legal, o médico atendeu rápido, não faz nem 30 minutos que estou aqui e eles já foram atendidos. O médico atendeu superbem e os dois foram medicados. Vir à UPA é mais tranquilo do que ir a hospital”,disse.
Já a costureira Doralice Ribeiro Neves, de 52 anos, que teve uma crise hipertensiva no trabalho, precisou esperar para ser medicada. “O atendimento na porta é uma beleza, eles atendem você muito rápido, o médico também atende rapidinho, mas me deixaram mais de uma hora esperando por um remédio de pressão alta. O papel deles aqui diz: hipertenso, com 18 de pressão, conduzir imediatamente. Mas esse imediatamente não existe”, ressaltou a costureira.
Segundo ela, outro problema foi a falta do medicamento para ser tomado em casa. “Minha pressão está em 15, ainda está alta, fui liberada e não tem o remédio para eu tomar em casa, me mandaram para o posto de saúde lá perto da minha casa”, disse Doralice Neves.
A subsecretária de Unidades Próprias da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Ana Lucia Eiras das Neves, explica que o objetivo das UPAs é reorganizar a rede de urgência e emergência, além de ser porta de entrada hospitalar. “As UPAs são um sistema de atenção pré-hospitalar, em que o paciente de baixa e média complexidade podem ter a sua urgência atendida de imediato”, relatou à Agência Brasil.
Adultos e crianças são acolhidos e classificados quanto ao risco. Paciente com quadro mais grave tem prioridade sobre o menos grave. Daí são atendidos nos consultórios ou, se for o caso, encaminhados para uma emergência hospitalar. De acordo com Ana Lucia, as UPAs estão equipadas com instrumental de suporte à vida para atendimento até que o paciente grave possa ser removido a um hospital.
“A UPA é tão resolutiva que menos de 0,5% dos pacientes atendidos precisa ser transferido para o hospital. Ou seja, aquele paciente com quadro hipertensivo, uma cefaleia, dor toráxica, um mal-estar, uma diarreia, é atendido de imediato, já recebe seu tratamento e leva o medicamento para casa. Se precisa fazer um exame, um hemograma, um raio X, já faz na própria UPA, recebe o resultado e vai para casa”, disse Ana Lucia.
Desde 2007, já foram implantadas 52 UPAs no estado, sendo que 27 são de gestão estadual. De acordo com a SES, já foram feitos mais de 18 milhões de atendimentos, 16 milhões de exames laboratoriais e raio X e distribuídos 124 milhões de medicamentos.
Edição: Marcos Chagas
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