Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O delegado Rivaldo Barbosa, titular da Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro e responsável pelas investigações sobre o desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza, decidiu hoje (3) intimar a prestar depoimento o policial militar Juliano da Silva Guimarães, que faz parte da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha.
O policial contou que um tio dele, motorista de um caminhão de lixo na comunidade, foi obrigado por traficantes a levar um corpo para um depósito de lixo no bairro do Caju, na região portuária. A informação sobre a convocação do militar foi confirmada pela assessoria da Polícia Civil e o policial deve prestar depoimento na próxima semana.
Amarildo está desaparecido desde o dia 14 de julho, quando foi levado por PMs à sede da UPP da Rocinha e depois não foi mais visto. O comandante da UPP, major Edson dos Santos, disse que o pedreiro deixou a unidade caminhando, após prestar esclarecimentos. Duas câmeras de monitoramento da base da UPP, que poderiam confirmar a versão do oficial, não estavam funcionando naquela noite. Os equipamentos de GPS (Sistema de Posicionamento Global, por satélites) das viaturas da UPP também estavam desligados, impedindo de se conhecer o trajeto dos carros.
Parentes do pedreiro e moradores da comunidade têm feito manifestações frequentes pedindo informações sobre o paradeiro dele. O governador do Rio, Sérgio Cabral, disse em entrevista que também quer saber onde está o pedreiro. O secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, disse ontem (2) que, se for comprovado envolvimento de policiais no desaparecimento de Amarildo, eles serão expulsos da PM e levados à Justiça.
Edição: Talita Cavalcante // Título alterado às 18h47 para esclarecer informação.
Todo conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir a matéria, é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil
Protesto contra o desaparecimento de Amarildo acaba em tumulto em São Paulo
Beltrame diz que expulsará policiais, se houver envolvimento deles no caso Amarildo
Ministra defende que investigação do caso Amarildo foque na ação da polícia
Delegado responsável por caso do Amarildo ouve policiais militares da UPP
GPS de carro que transportou Amarildo estava desligado, diz Polícia Civil