Rio divulgará orçamento das obras que serão legado das Olimpíadas até fim do ano, diz Paes

02/08/2013 - 20h00

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse hoje (2) que até o final do ano será divulgado o orçamento das obras referentes às Olimpíadas e às obras de infraestrutura que constituem legado dos Jogos para a cidade, além dos gastos do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016.

Paes garantiu que as prestações de contas continuarão sendo feitas com “transparência”. “Aqui está havendo muito planejamento e muita transparência. E nós vamos cumprir todos os prazos”, disse. Ele destacou que o volume de recursos privados investidos na preparação dos Jogos é inédito em toda a história do evento.

Segundo o prefeito, em função das Olimpíadas o Orçamento da prefeitura mais que dobrou nos últimos quatro anos, passando de R$ 10,6 bilhões para R$ 23 bilhões. “A âncora dessa transformação foi, sem dúvida, os Jogos Olímpicos”.

Faltando três anos para o início dos Jogos Olímpicos de 2013, Paes disse que o principal desafio dos entes envolvidos na preparação do evento “é o processo de transformação que a cidade está vivendo”. Ele salientou que os Jogos são fundamentais para as mudanças que estão sendo feitas no Rio. Um exemplo é a revitalização da zona portuária, cujas obras deverão estar concluídas até 2016. “Isso é legado olímpico”.

A transformação da cidade e o legado vão ser o grande marco das Olimpíadas, disse o prefeito do Rio. “Estamos há três anos das Olimpíadas e, praticamente, tudo já está em construção, com projeto, com reflexão sobre o que vai acontecer depois”. Segundo Paes, a cidade tem condições de estar pronta até os Jogos.

Dentre as obras de infraestrutura, foram destacados, entre outros projetos, o corredor da Transoeste, que apresenta 95% das obras concluídas e carrega hoje 125 mil pessoas por dia entre a Barra da Tijuca, Santa Cruz e Campo Grande, na zona oeste da capital fluminense; o corredor Transcarioca, para ligar a Barra da Tijuca ao Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro Antonio Carlos Jobim, o Galeão, com 70% das obras prontas; o controle de enchentes da Grande Tijuca e da Praça da Bandeira, que tem três dos cinco reservatórios construídos, envolvendo recursos dos governos federal e municipal da ordem de R$ 292 milhões, e vai beneficiar outros bairros, como o Andaraí e o Maracanã.

Paes disse que todas as instalações olímpicas estão sendo pensadas e executadas de maneira sustentável. A presidenta da Empresa Municipal Olímpica, Maria Silvia Bastos Marques, explicou que algumas obras serão permanentes e outras provisórias e há a preocupação de que estas sirvam posteriormente para a cidade. “A nossa obsessão cotidiana tem sido a permanência dos investimentos dos projetos diretamente ligados aos Jogos e, quando ela não é possível, que eles sejam feitos com o menor custo possível ou reutilizados de outra forma, além do prazo de entrega”, diz Maria Silvia.

Uma das instalações específicas para o evento é o Parque Olímpico, que está sendo construído no antigo Autódromo do Rio, na Barra da Tijuca, e abrigará nove arenas esportivas,  onde serão efetuadas provas de 15 modalidades olímpicas e dez paralímpicas. As obras foram iniciadas há um ano e têm previsão de término no primeiro semestre de 2016. Os investimentos envolvem recursos do governo federal, da prefeitura e parceria público-privada (PPP). Maria Silvia disse que o principal legado pós-Jogos será o Centro de Treinamento para Atletas de Alto Rendimento, que será instalado dentro do Parque Olímpico.

A presidenta informou, também, que o compromisso assumido no dossiê de candidatura do Rio de Janeiro de ter na cidade até os Jogos 44,5 mil acomodações na rede hoteleira já foi superado. O Rio tem atualmente 44,7 mil acomodações. “Temos um crédito de 200 mil habitações”. O aumento ocorreu devido à lei de incentivo municipal à indústria hoteleira, com vigência até 2015. Serão ao todo 75 novos hotéis.

No ano passado, havia, segundo Maria Silvia,  cerca de 20 mil quartos de hotéis de três, quatro e cinco estrelas na cidade. A expectativa é que haja aumento de 80% no número de quartos até 2016, sem contar as obras de modernização em curso. Os investimentos privados são estimados em torno de R$ 3 bilhões, com geração de 12 mil empregos diretos e 36 mil indiretos.

O presidente do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, declarou ter a certeza “de que estamos no caminho absolutamente dentro do cronograma”. Ele externou sua satisfação de ter uma total integração com os governos federal, estadual e municipal. Para Nuzman, o principal legado dos Jogos é a transformação. “As obras representam cuidados especiais. Nada está sendo feito de improviso ou sem que se tenha uma visão muito clara do que é necessário”. O comitê tem hoje 514 funcionários, número que deverá alcançar 8 mil até os Jogos, em 56 áreas funcionais.

O diretor de Operações do comitê, Leonardo Gryner, revelou que pela primeira vez na história dos Jogos, serão feitos eventos-teste para todos os esportes olímpicos e paralímpicos entre agosto de 2015 e abril de 2016. O comitê já conseguiu atingir 50% do total de patrocínios previstos até 2016, prevendo totalizar até dezembro próximo 200 produtos licenciados. No próximo dia 7, o comitê colocará no ar o Portal de Suprimentos, hospedado no site oficial do Rio 2016 (www.rio2016.org), visando fomentar a participação de empresas de todo o país no projeto dos Jogos Olímpicos, com destaque para micro e pequenas companhias.

Edição: Fábio Massalli

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