Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A prefeitura carioca prometeu trabalhar para evitar a repetição dos problemas registrados ontem (23) com os ônibus e o metrô, que atrapalharam o deslocamento dos peregrinos tanto para chegar como para sair da Praia de Copacabana, onde ocorreu a cerimônia religiosa que abriu oficialmente a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). “Todas as medidas já foram tomadas para que esses episódios não se repitam no dia de amanhã (25) e na sexta-feira (26)”, disse hoje (24) o prefeito Eduardo Paes, em entrevista à imprensa no Centro de Mídia da JMJ.
O prefeito ressaltou que os eventos da jornada programados para os próximos dois dias preveem a participação do papa Francisco. Paes considerou inaceitável que motoristas de ônibus não tenham parado na Avenida Brasil para atender às pessoas, inclusive peregrinos, que demandavam esse serviço. “Os consórcios já foram comunicados e serão multados e punidos por isso, porque causam constrangimentos àqueles que nos visitam e transtornos para a população”.
Ele admitiu que “contingências acontecem”, sobretudo quando se trata do escoamento de cerca de 1,5 milhão de pessoas, que são aguardadas nos eventos que terão a presença do papa, na Praia de Copacabana. Por isso, pediu que as pessoas sejam informadas sobre as linhas de ônibus e de metrô que as levarão e as trarão dos locais dos eventos.
O planejamento de transporte para a festa de acolhida do papa, amanhã (25), em Copacabana, começa a partir das 12h, com a proibição de entrada de automóveis nas áreas exclusivas. Os ônibus e táxis circularão de maneira reforçada até as 14 horas, quando os acessos ao bairro serão totalmente fechados ao trânsito, devendo ser reabertos somente às 4 horas da manhã do dia seguinte, informou o secretário municipal de Transportes, Carlos Roberto Osório. A interdição para estacionamento na Avenida Atlântica começa a partir da meia-noite de hoje
Serão montados dois terminais de ônibus para embarque e desembarque dos fiéis, replicando a operação feita com sucesso no réveillon deste ano. Os dois terminais funcionarão na Enseada de Botafogo, para atender quem vem do centro e da zona norte, e em Ipanema, na Rua Prudente de Moraes, para quem procede das zonas sul e oeste. Ficou acertado com a organização da JMJ que por meio de um sistema de áudio e vídeo serão dadas informações em três idiomas (português, inglês e espanhol) para orientar as pessoas em relação à sua locomoção. Mais dois pontos de embarque e desembarque menores serão montados no Cemitério São João Batista, em Botafogo, e no Corte do Cantagalo, na Lagoa.
Osório lembrou que o metrô só fará o transporte de passageiros que apresentarem ingressos com horário marcado, disponíveis para os dias 25 e 26. “Ainda existem ingressos disponíveis [para venda]”, disse o prefeito Eduardo Paes. O secretário de Transportes acrescentou que o metrô “só aceitará esses ingressos especiais nos dois dias, porque 100% da capacidade do metrô estarão direcionados para Copacabana”. No bairro funcionarão as estações Cardeal Arcoverde e Siqueira Campos. Os peregrinos também precisarão trocar os bilhetes pelos ingressos especiais na Estação Carioca do metrô. Até o início desta tarde, o secretário informou que 70 mil peregrinos já haviam retirado o cartão especial.
Eduardo Paes informou que os ônibus de turismo fretados para os dois eventos com o papa que chegarem à cidade serão identificados pela Polícia Rodoviária Federal e conduzidos para um terminal na Ilha do Fundão. Ali, ônibus urbanos estarão preparados para levar os peregrinos até a Enseada de Botafogo, de onde eles seguirão a pé até Copacabana. O mesmo ocorrerá para o transporte dos fiéis que chegarem à cidade pela Rodoviária Novo Rio e pelos trens da SuperVia, na Central do Brasil. O prefeito deixou claro que o objetivo é diminuir os erros e ampliar a oferta de serviços para os peregrinos.
O prefeito avaliou que apesar da falta de energia no sistema do metrô, que parou por duas horas, impedindo os peregrinos de chegarem mais cedo à missa de ontem (23), com a celebração de dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio, a alternativa B, que são os ônibus, funcionou, embora com mais dificuldade.
Eduardo Paes avaliou que de todos os eventos que a cidade recebe, a JMJ é, sem dúvida, o mais complexo por sua característica de imprevisibilidade. “É o inusitado”. Analisou que apesar de a prefeitura estar identificando os problemas e trabalhando para que eles não voltem a ocorrer, “nós vamos ter sempre a possibilidade do inusitado”. Insistiu que não é fácil escoar uma multidão, como a esperada para os dois eventos de amanhã e sexta-feira com o papa, se essas pessoas resolverem se retirar ao mesmo tempo.
Edição: Aécio Amado
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