Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro- As manifestações que tomaram o país nas últimas semanas refletiram no crescimento menor da economia em junho. A avaliação foi feita pelo economista da Fundação Getulio Vargas (FGV), Paulo Piccheti, que divulgou hoje (17) o Indicador Antecedente Composto da Economia (Iace). O índice caiu 0,6%, depois de uma redução de 1,2% em maio e de estabilidade em abril.
De acordo com Piccheti, o impacto das manifestações foi sentido principalmente pelos serviços e pela indústria, segundo dados preliminares. "Vai desde o comércio, que não pode funcionar o tempo todo, até interrupções da cadeia logística de supimentos para indústria [deivdo aos bloqueios de estradas], por exemplo".
Como os protestos ocorreram no final do mês, o impacto maior sobre a economia pode se destacar "de forma integral" no indicador do mês de julho, acrescentou o economista. Para Piccheti, mesmo com uma contribuição negativa para a economia, no curto prazo, como mostra o Iace, as manifestações sinalizam para mudanças estruturais necessárias ao crescimento sustentado do país.
"A esperança é que, no longo prazo, tenhamos um efeito positivo, no sentido de acelerar esse conjunto de medidas difíceis [reforma política e tributária e flexibilização de regras trabalhistas] e que passam pelo lado político para destravar o ambiente de negócios e restaurar a confiança dos investidores", destacou Paulo Piccheti.
Dos oito índices que compõem o Iace, três tiveram resultados positivos em junho: a sondagem de expectativas da indústria, dos serviços e de exportações. Já em maio, a queda da atividade industrial foi a responsável pelo recuo do indicador, por causa diminuição do desempenho de bens de consumo duráveis.
Edição: Marcos Chagas
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