Rodoviária Novo Rio espera fluxo de 1 milhão de passageiros na Jornada da Juventude

16/07/2013 - 21h29

Da Agência Brasil

 

 

Rio de Janeiro – Diferentemente do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão - Antonio Carlos Jobim, ainda é moderado o movimento de voluntários e peregrinos que chegam à cidade, pela Rodoviária Novo Rio, para participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Segundo a assessoria da concessionária que administra a Novo Rio, cerca de 800 passageiros desembarcaram hoje (16) no terminal. A concessionária estima que, até o dia 31 deste mês, 1 milhão de pessoas, 25% a mais do que registrado nesse período do ano passado, desembarquem no local.

Primeiro compromisso do papa Francisco no exterior, a Jornada Mundial da Juventude vai do dia 23 ao dia 28 deste mês, atraindo peregrinos de outros estados e de países vizinhos que chegarão de ônibus ao Rio de Janeiro. A expectativa é de chegada de 10 mil voluntários estrangeiros e 3 mil brasileiros até sexta-feira (19). Calcula-se que a cidade receba, no período da jornada, 2,5 milhões de fiéis.

A voluntária Isadora Alves, uma estudante de 19 anos, veio de Natal e desembarcou muito animada com a jornada. "Fui a última da minha paróquia a vir, cerca de 150 jovens já estão no Rio. Tentei ir à Jornada de Madri [em 2011], mas não deu certo. Sendo esta no Brasil, não deixaria de vir por nada. Estou superanimada com o novo papa. Além de ser latino, o que acaba criando um laço de identificação, ele é muito humilde. Vou trabalhar na parte musical do Festival da Juventude, com atos culturais", disse Isadora.

Os voluntários estrangeiros também começam a chegar. Um deles é o argentino Johan Npena, de 23 anos, que veio de Buenos Aires para "marcar presença" e representar a "nação do papa". "Como argentino, ainda mais de Buenos Aires, onde o papa Francisco foi arcebispo, precisava estar presente neste grande evento. Fui o único da minha congregação que resolveu vir, mas estou ansioso. Vou trabalhar recepcionando os peregrinos e distribuindo kits."

Com um grupo de sete voluntários, o coordenador da Renovação Carismática da arquidiocese, Almir Belarmino Bezerra, foi à rodoviária receber os que chegavam para a jornada. Para ele, o número de peregrinos que desembarcarão na Novo Rio só deve aumentar no fim de semana.

"De ontem (15) para hoje (16), o número de voluntários prevalecerá, porque estamos na Semana Missionária, ou seja, uma semana na qual prestamos serviços sociais para a comunidade,visitando hospitais e realizando atos culturais. Estamos finalizando os preparativos para a jornada. Por isso, chegar alguns dias antes é crucial para os voluntários se alojarem corretamente, receberem suas funções e participar da pré-jornada", disse Bezerra. Segundo ele, os mais ansiosos é que vêm antes.

O estudante Maycon Maccari, de 25 anos, foi um deles. "Resolvi vir antes, com essa caravana do Paraná, para organizar a chegada do grupo de Porto Alegre, que estou coordenando e vai chegar segunda-feira [22]."  Maycon disse que a caravana é formada por 50 pessoas, com idades entre 18 e 35 anos. "Estou animado para a jornada, não só por ser a minha primeira, mas porque o papa Francisco transparece uma humildade que o aproxima do povo. Recusando grandes luxos, diferentemente da maioria do clero, ele demonstra ser alguém mais humano. Com a mudança do papa, o número de inscrições na nossa paróquia até aumentou, estamos ansiosos."

A assessoria da rodoviária informou que estarão disponíveis, até o dia 31, no terminal de embarque superior, um lounge com wi-fi liberado e pufes, além de um balcão de informações na área de desembarque. No entanto, até a tarde de hoje, não havia balcão de informações e o lounge era o mesmo de sempre, longe do desembarque, o que dificulta o descanso dos recém-chegados.

Na Catedral Metropolitana de São Sebastião, no centro da cidade, onde os voluntários estão sendo recebidos e direcionados para suas acomodações, a espanhola Nora Montes, de 37 anos, reclamou da infra-estrutura. "Tinham me alertado sobre a falta de segurança no Rio, mas resolvi vir mesmo assim. Chegando no aeroporto do Galeão, informaram que o local da minha acomodação não existia [Santa Cruz, zona oeste do Rio]. Sem ninguém que falasse espanhol e pudesse me ajudar, tive de dormir no aeroporto. Hoje descobri, por conta própria, como chegar à catedral e ser direcionada corretamente ao meu dormitório. É a primeira vez que trabalho como voluntária e já tive dificuldade em ser recebida", contou a espanhola.

A assessoria da Jornada Mundial da Juventude informou que grupos de voluntários bilíngues estão distribuídos pelos aeroportos, pela rodoviária e pelas estações de metrô da cidade, com escala de horários, mas destacou que "infortúnios" podem ocorrer e que não há como ter controle sobre isso.

Edição: Nádia Franco

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