Paulo Virgilio
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Tradição no calendário cultural da cidade do Rio de Janeiro, o aniversário do Theatro Municipal é comemorado todos os anos com um dia inteiro de programação gratuita, que reflete toda a diversidade artística da casa, inaugurada em 14 de julho de 1909. Neste domingo (14), a expectativa da direção da Fundação Theatro Municipal é que, em função da data cair no fim de semana, a comemoração atraia um público ainda maior, lotando os mais de 2.200 lugares da sala de espetáculos.
A festa começou às 8h30, com uma apresentação da Banda dos Fuzileiros Navais, em frente ao teatro, localizado na Cinelândia, no centro do Rio. Na escadaria do foyer, o grupo Os Pequenos Mozart, formado por crianças de 3 a 14 anos, fez um concerto às 9h30, sob a direção artística de Suray Soren. No repertório, obras de compositores clássicos e populares, como Mozart, Vivaldi, Brahms, Pixinguinha e os Beatles.
Às 10h30, os alunos da Escola Estadual de Dança Maria Olenewa, pertencente à Fundação Theatro Municipal, sobiram ao palco para apresentar duas coreografias: Estudos de Dança, assinada por Dalal Achcar, com músicas de Strauss e Lumbye, e La Bayardère, criada por Marius Petipa, com música de Minkus.
Na atração seguinte, também da área de dança, o Ballet do Theatro apresentou o terceiro ato de O Lago dos Cisnes, de Tchaikovsky, com coreografia de Yelena Pankova. No papel do Cisne Negro, a primeira bailarina Márcia Jaqueline contracenou com Filipe Moreira, intérprete do príncipe Siegfried.
À tarde, o Coro do Theatro Municipal subiu ao palco para apresentar a cantata Carmina Burana, de Carl Orff. Embora não seja uma música religiosa, a cantata é baseada em partituras escritas na Idade Média por monges germânicos. Os solistas são a soprano Priscila Duarte, o tenor Jacques Rocha e o barítono Leonardo Páscoa, e a regência é do maestro Jésus Figueiredo.
Na sequência do programa, o projeto Falando de Ópera traz às 17h15 uma palestra do maestro Silvio Viegas sobre a ópera A Valquíria, de Richard Wagner. Viegas vai contar ao público a história da ópera, uma das obras-primas do compositor alemão, e revelar detalhes sobre a montagem que será encenada a seguir, a partir das 18h.
A apresentação gratuita marcará a estreia de A Valquíria, que ainda terá outras três récitas, nos próximos dias dias 17, 19 e 21, todas pagas e com ingressos já esgotados. A soprano Eliane Coelho (Brünnhilde) e o baixo-barítono Lício Bruno (Wotan) encabeçam o elenco da montagem, dirigida por André Heller-Lopes. A direção musical e a regência da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal (OSTM) estarão a cargo do maestro Luiz Fernando Malheiro.
Desde o início do ano sob a responsabilidade artística do maestro Isaac Karabtchevsky, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro também já definiu a agenda para os cinco últimos meses deste ano. “A programação traz obras consagradas do repertório mundial mescladas com primeiras audições e títulos instigantes. É uma temporada que me parece à altura da tradição do nosso querido Theatro Municipal”, comentou Karabtchevsky.
A primeira atração, a partir de 22 de agosto, será a versão para ballet de Carmina Burana, com coreografia de Mauricio Wainrot para a música de Carl Orff. Em setembro, dentro da série Música & Imagem, a atração será o filme Nosferatu, uma sinfonia de horror, clássico do cinema mudo alemão, com direção de Friedrich Murnau. A exibição será acompanhada pelo coro e pela orquestra do teatro, sob a regência de Tobias Volkmann, executando a música de Michael Obst.
Os 100 anos de estreia do ballet A Sagração da Primavera, considerado uma das obras mais emblemáticas do século 20, serão lembrados com nove apresentações do ballet e da orquestra sinfônica do teatro, entre 19 de outubro e 3 de novembro. Composto em 1913 por Igor Stravinsky para os Ballets Russes, de Sergei Diaghilev, a obra foi coreografada por Vaslav Nijinsky e recriada por Millicent Hodson e Kenneth Archer.
Outro centenário, o do compositor inglês Benjamin Britten, será comemorado pelo Theatro Municipal com a primeira audição brasileira da ópera Billy Budd, entre os dias 17 e 25 de novembro. A ópera é uma adaptação de um conto homônimo de Herman Melville, do romancista E.M. Forster.
A programação de 2013 fecha com outra tradição do Municipal, o ballet O Quebra-Nozes, com coreografia de Dalal Achcar para a música de Tchaikovsky. Uma das obras mais populares do gênero, O Quebra-Nozes terá treze récitas, entre os dias 13 de dezembro e 5 de janeiro de 2014.
Edição: Andréa Quintiere
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir o material é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil