Isabela Vieira
Repórter da Agencia Brasil
Rio de Janeiro – O governador do Rio, Sérgio Cabral, condenou hoje (12) as depredações nas ruas próximas ao Palácio Guanabara, sede do governo do estado, acontecidas ontem (11) durante protestos que terminaram com mais de 40 detidos. Cabral não comentou as seguidas denúncias de excessos da Polícia Militar.
“Qualquer ação de vandalismo, como foi o caso de ontem, não deve ser tida como um fato normal na vida democrática de qualquer cidade do Brasil. Não é assim que se faz oposição, há outras maneiras”, declarou Cabral, após evento no próprio palácio, alvo de rojões na noite anterior.
Na semana passada, ao comentar a retirada pela polícia dos manifestantes do Leblon, onde mora, Cabral disse que manifestações em frente a sede do governo eram admissíveis. Hoje declarou que devem ser feitas no “debate de ideias”. “Não é atacando pessoas, o Palácio [Guanabara], que se faz oposição, se faz com a discussão democrática”, declarou, em rápida entrevista à imprensa.
No protesto de ontem, em Laranjeiras, bairro da zona sul, lixeiras e bancas de jornal foram depredadas. Manifestantes acenderam fogueiras nas ruas e, durante o confronto com a polícia, se refugiaram em uma clínica, que teve a porta forçada.
Perguntado sobre a atuação da PM, que usou bombas de gás lacrimogenio em área residencial densamente ocupada, em bares e em frente à Casa de Saúde Pinheiro Machado, Cabral voltou a dizer “que excessos não serão tolerados”, mas não esclareceu se sindicâncias foram abertas.
O diretor executivo da Anistia Internacional, cuja sede fica próxima ao Palácio Guanabara, Átila Roque, que foi atingido por spray de pimenta, disse que a ação foi desproporcional.
Procurado para esclarecer as ações policiais e comentar o episódio, o secretário estadual de Direitos Humanos, Zaqueu Teixeira, deixou o evento na sede do governo sem falar com a imprensa.
Edição: Fábio Massalli
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