Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Conselho de Segurança e Paz da União Africana (que reúne 52 nações) determinou hoje (5) a suspensão temporária do Egito do bloco regional. Para os líderes africanos, houve o rompimento da ordem democrática com a destituição do então presidente Mouhamed Mursi, há dois dias, e a transgressão da Constituição. A decisão foi adotada, segundo declaração dos países, até a restituição da ordem constitucional durante reunião de emergência na Etiópia.
Na declaração da União Africana, os integrantes dizem que "o conselho reitera a condenação e rejeição de qualquer apreensão ilegal do poder da União Africana. A destituição do presidente democraticamente eleito [Mouhamed Mursi] não se conforma com as disposições pertinentes da Constituição do Egito e, portanto, se enquadra na definição de uma mudança inconstitucional de governo".
Em nota, o Departamento de Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul recomendou a busca por um acordo entre as partes envolvidas, na tentativa de encerrar o impasse e o clima de conflito e impedir o agravamento da crise.
"O governo [da África do Sul] é de opinião que todos os esforços devem ser feitos para evitar o confronto violento entre as partes em conflito. A instabilidade no Egito pode causar graves consequências ao país, bem como à região do Oriente Médio e do Norte da África”, diz o texto.
Ontem (3), o presidente interino do Egito, Adly Mansour, indicado pelas Forças Armadas, tomou posse. Os militares prometem promover eleições presidenciais, em data a ser definida, assim como mudanças na Constituição.
*Com informações da agência pública de notícias da África do Sul
Edição: Graça Adjuto
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