Unasul se reúne amanhã na Bolívia para ato de desagravo a Morales

03/07/2013 - 21h10

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Representantes dos países que integram a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) se reúnem amanhã (4) à tarde, em Cochabamba, na Bolívia, para formalizar um ato de desagravo ao presidente boliviano, Evo Morales. A reunião extraordinária foi convocada a pedido do presidente do Equador, Rafael Correa, como resposta à proibição do avião de Morales de sobrevoar e aterrissar em quatro países europeus. A Unasul é formada por 12 países, mas o Paraguai está suspenso temporariamente.  

O Brasil vai ser representado pelo secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Eduardo dos Santos. O vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, classificou a proibição à aeronave presidencial como sendo um “abuso imperial” que sofreu um “sequestro”.

Ontem (2), o avião de Morales foi proibido de ingressar nos espaços aéreos de Portugal, da França, da Itália e da Espanha porque havia suspeitas de que o ex-agente norte-americano Edward Snowden estivesse a bordo. Morales foi obrigado a desviar a rota e aguardar autorização para seguir viagem, em Viena, na Áustria. Ele ficou 13 horas em território austríaco.

Morales vinha de Moscou, capital da Rússia, onde participou de reuniões técnicas sobre exploração e produção de gás.

Nos Estados Unidos, Snowden é acusado de espionagem e está na Rússia esperando a concessão de asilo político. O ex-agente denunciou que os norte-americanos monitoravam e-mails e ligações telefônicas de cidadãos dentro e fora do país. Há, ainda, informações que comunicações da União Europeia também foram monitoradas. O norte-americano pediu asilo a 21 países, inclusive a Bolívia. O pedido também foi feito ao Brasil, que indicou que não concederá.

Os presidentes Dilma Rousseff, Ollanta Humala (Peru), Cristina Kirchner (Argentina), José Pepe Mujica (Uruguai) e Rafael Correa (Equador) prestaram solidariedade a Morales. Nas declarações, eles consideraram os atos dos governos europeus uma violação à América Latina.

*Com informações da agência pública de notícias da Bolívia, ABI 
 

Edição: Carolina Pimentel

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