Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, cobrou explicações dos governos que proibiram o ingresso no espaço aéreo do avião do presidente da Bolívia, Evo Morales. Em comunicado, Insulza se disse “profundamente incomodado” e ressaltou que “nada justifica uma ação de tanto desrespeito”.
Ao retornar de Moscou, na Rússia, Morales recebeu ontem (2) a ordem de que seu avião não poderia ingressar nos espaços aéreos da França, da Itália e de Portugal, segundo autoridades bolivianas, por suspeitas de que o ex-agente norte-americano Edward Snowden estivesse a bordo. Morales foi obrigado a desviar a rota e a aguardar, por 13 horas, em solo austríaco, autorização para seguir viagem. Ele ficou retido na capital, Viena, e vinha de Moscou, capital da Rússia, onde participou de reuniões técnicas sobre exploração e produção de gás.
Nos Estados Unidos, Snowden é acusado de espionagem e está na Rússia à espera da concessão de asilo político. O ex-agente denunciou que os norte-americanos monitoravam e-mails e ligações telefônicas de cidadãos dentro e fora do país. Há, ainda, informações de que comunicações da União Europeia também foram monitoradas. O norte-americano pediu asilo a 21 países, inclusive ao Brasil.
Os presidentes Ollanta Humala (Peru), Cristina Kirchner (Argentina), José Pepe Mujica (Uruguai) e Rafael Correa (Equador) prestaram solidariedade a Morales. Os líderes avaliam a hipótese de convocar uma reunião extraordinária da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) para avaliar o tema.
*Com informações da agência pública de notícias da Bolívia, ABI
Edição: Graça Adjuto