Senador do PSOL apoia plebiscito sobre reforma política

01/07/2013 - 18h12

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil

 

Brasília – O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) disse hoje (1°), após encontro com a presidenta Dilma Rousseff, que é favorável à realização de um plebiscito sobre a reforma política e sugeriu que a consulta popular inclua questões sobre o voto em lista, o fim do financiamento privado de campanhas, a revogação popular de mandatos e o fim da reeleição e do foro privilegiado para políticos.

Segundo Randolfe, apenas as duas primeiras questões “têm acordo” para ser incluídas no plebiscito, conforme as negociações feitas até agora entre o governo e líderes partidários. Randolfe foi o primeiro representante da oposição a ser recebido por Dilma para discutir as medidas que o governo vai tomar em resposta às manifestações no país.

“Temos acordo sobre o plebiscito, principalmente sobre o fim do financiamento privado”, afirmou.

As propostas defendidas pelo senador durante o encontro não representam o PSOL, são posicionamentos pessoais. A legenda desistiu de vir à reunião, argumentando que não conseguiu reunir a executiva do partido antes do encontro.

Além do apoio ao plebiscito – e não a um referendo, como defendem alguns líderes da oposição – Randolfe apresentou a Dilma propostas nas áreas de educação e mobilidade urbana. O senador defendeu a aprovação imediata do Plano Nacional de Educação, com 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para o setor, e a ampliação das fontes de financiamento da área, inclusive com lucros de estatais.

Randolfe disse que a proposta de tarifa zero defendida pelo Movimento Passe Livre, que deu origem à onda de manifestações pelo país, é “possível e necessária” e que os recursos para subsidiar o benefício podem surgir após uma auditoria da dívida pública do país.

Para a área de mobilidade urbana, o senador do PSOL defendeu que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) volte a financiar municípios para criação de empresas públicas de transporte, como acontecia até a década de 1980. Segundo Randolfe, as concessões continuariam a existir, mas as empresas públicas municipais de transporte poderiam regular as tarifas para baixo obrigando as empresas privadas a abrirem as planilhas de custo. A proposta, de acordo com o senador, poderá ser avaliada pelo grupo de trabalho criado pelo governo federal para discutir as questões de transporte público após as manifestações.

Randolfe disse que foi convidado a se reunir com Dilma junto com outros líderes da oposição, mas que pediu que o encontro fosse separado do DEM e do PSDB, por defenderem “teses divergentes”.

Edição: Nádia Franco

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