Marli Moreira*
Repórter da Agência Brasil
São Paulo- A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) declarou, hoje (21), em nota à imprensa, que a entidade está preocupada com o acirramento da violência visto nas manifestações realizadas em várias cidades do país, na noite de ontem(20).
“As agressões a profissionais de imprensa e os atos de vandalismo, como os ocorridos na última semana, com a intenção de impedir a cobertura dos fatos, devem ser rechaçados por atentarem contra a liberdade de imprensa e o direito à informação”, diz o comunicado.
Entre os casos citados está o do repórter Pedro Vedova, do canal de TV GloboNews, do Rio de Janeiro, ferido com um tiro de bala de borracha, disparado pela polícia no confronto com os manifestantes. A Abert também condenou o ataque ao veículo de reportagem do SBT. Além de roubarem os equipamentos do carro, os agressores picharam o veículo e depois colocaram fogo. “Felizmente, não havia ninguém dentro do veículo”, destacou a entidade.
Na última quarta-feira (19), o repórter da Agência Brasil, Vladimir Platonow, também foi vítima dessa violência ao ser agredido por seguranças do Terminal Rodoviário Presidente João Goulart, no centro de Niterói, na região metropolitana do Rio. Ele registrava, com uma câmera, a correria de manifestantes, que tentavam fugir de perseguições policiais no local.
Em nota, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) condenou a violência e salientou que "a EBC defende que seus profissionais devem ser respeitados e jamais impedidos do livre exercício do jornalismo".
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo (SJSP) e outras nove entidades já protestaram, também por meio de nota, contra as agressões aos profissionais de imprensa. Nesse comunicado, as entidades manifestaram preocupação com a garantia da liberdade de imprensa e da liberdade de manifestação. O sindicato destacou que, só em São Paulo, mais de 20 jornalistas ficaram feridos.
As entidades reivindicam o acompanhamento do grupo de trabalho sobre proteção a jornalistas, da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, e a denúncia dos casos às relatorias de liberdade de expressão da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Organização das Nações Unidas (ONU).
*Colaborou Cristina Indio
Edição: Marcos Chagas
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