Detidos após protesto no Rio começam a ser liberados sob fiança

18/06/2013 - 11h16

Vinícius Lisboa
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Os primeiros detidos após o confronto de ontem (17) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro começam a ser soltos na manhã de hoje (18) sob o pagamento de fianças que vão de R$ 700 a R$ 3 mil.

De acordo com os advogados da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro, Rodrigo Mondego e André Barros, oito pessoas foram acusadas de formação de quadrilha, duas de receptação e mais duas de furto qualificado. Os detidos afirmam que não se conhecem.

"É a quadrilha mais heterogênea que eu já vi. Tem um morador de rua, uma dona de casa, um aposentado esquizofrênico e militantes de partidos rivais. Um cadeirante chegou a ser detido, mas foi solto ontem", afirmou Ricardo Montego. "A polícia prendeu aleatoriamente", criticou André Barros.

O primeiro a ser libertado foi o estudante de Geografia da Uerj, Pedro Assis Rodrigues, de 18 anos, após pagar fiança de R$ 1 mil. "Eu estava indo para casa, e os policiais do choque vieram, me agrediram e quebraram meu celular. Estávamos em uma cela desumana, com oito pessoas", disse Pedro.

A dona de casa Carmen Astrid, de 41 anos, afirma que tinha saído da acupuntura na Rua Araújo de Porto Alegre e foi à Alerj, onde foi detida pelos policiais. "O policial me jogou em um ônibus e foi jogando um monte de gente que eu não conhecia", afirma.

O delegado Antônio Ferreira Bonfim Filho, da 5ª Delegacia de Polícia (Gomes Freire) afirmou que as informações de que a Polícia Civil dispõe são de que os detidos foram flagrados pelos policiais militares cometendo atos de vandalismo.

"Pelo que consta, a formação de quadrilha é em razão de uma série de crimes praticados pelo grupo. Em um primeiro momento, eles vão responder por isso. Se lá na frente acontecer algo que desqualifique a acusação, é um outro momento".

Na manhã de hoje, os advogados organizam uma "vaquinha" e pedem dinheiro a transeuntes para pagar a fiança do morador de rua, que foi fixada em R$ 3 mil, e depois baixada para R$ 700.

Edição: Denise Griesinger

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