Patrulha da Força Nacional vigia acesso a fazendas e aldeias em Sidrolândia

11/06/2013 - 18h49

Luciano Nascimento
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Os soldados da Força Nacional de Segurança iniciaram operações de patrulhamento na segunda-feira (10), em Sidrolândia, a 70 quilômetros de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. A Força Nacional foi chamada para atuar no conflito entre indígenas e fazendeiros em Sidrolândia, que resultou na morte do índio terena Oziel Gabriel, no último dia 30, e no atentado à bala que feriu o índio Josiel Gabriel Alves na última terça-feira (5).

A previsão era que o efetivo iniciasse suas ações na sexta-feira (7), mas a reportagem da Agência Brasil esteve no local e constatou que as tropas ainda não haviam iniciado o trabalho. Ontem, os policiais finalizaram a montagem de cinco postos de controle para monitorar o acesso às fazendas e aldeias na área de conflito. Oito viaturas percorrem a região, onde os índios terenas ocuparam quatro fazendas. Em uma delas, a Fazenda Buriti, eles voltaram a ocupar uma área de 30 hectares (ha). Um hectare corresponde a 10 mil metros quadrados, o equivalente a um campo de futebol oficial.

De acordo com o integrante da comissão criada pelos índios para tratar da questão fundiária, Adão Terra, aos poucos os índios estão retornando para o local.  Dois mil índios de nove aldeias participam da ocupação chamada, pelos indígenas, de retomada do território. Eles estão plantando mandioca, milho, abóbora e hortaliças. “Nós estamos preparando 30 ha do terreno para plantar. E pretendemos fazer muito mais. Antes estávamos com um espaço de 2090 ha, onde convivia toda a comunidade, e não tinha espaço para plantio, nem para nada. Hoje queremos buscar a subsistência para dar a sustentação da família”.

Na última quinta-feira (6), o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo anunciou a criação de um fórum para negociar as terras ocupadas por indígenas em Mato Grosso do Sul. A primeira reunião deve acontecer no próximo dia 20.

 

Edição: Beto Coura

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