Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Uma exposição que não só reunisse um grande número de artistas, mas também fosse fácil de transportar, foi o que levou o artista português Fernando Durão a construir A Mágica da Mobilidade. São 152 obras, cada uma de um artista diferente, e todas usando uma embalagem de filme Polaroid como suporte. “Pareceu-me um desafio para o mundo contemporâneo, porque o artista contemporâneo tem necessidade de se dedicar a grandes formatos. Então, a obra, em geral, tem grandes dimensões”, ressaltou Durão, ao explicar as razões da escolha da caixa, de 7,5 X 10 centímetros, como ponto de partida dos trabalhos.
O resultado do projeto, inciado em 2005, pode ser visto gratuitamente no Consulado-Geral de Portugal, no Jardim América, em São Paulo, até sábado (15). Em seguida, os trabalhos serão acomodados em uma mala e irão para Brasília.
Essa facilidade de transporte, devido às pequenas dimensões e ao pouco peso das obras é, segundo Durão, a linha condutora do trabalho. “Ficava cada vez mais claro que a mobilidade estava presente no nosso trabalho. Ou seja, a contemporaneidade estava presente no ato da execução, do transporte da obra”, disse o artista. “A possibilidade de, em vez de colocar dois ou três artistas, colocar naquele espaço 100. Eu coloquei neste momento 152”, informou.
De acordo com Durão, participam da mostra artistas de diferentes vertentes artísticas, alguns mais conhecidos, outros jovens promissores, que já têm expressão própria. “Nesse projeto atual, eu consigo fazer um balanço de praticamente todas as linguagens do século 20 e de parte do 21. Desde os modernistas até os mais contemporâneos.”
A ideia de usar as embalagens de filme surgiu porque havia o hábito de usar as caixas como moldura para fotos. O artista reconheceu, então, o objeto que atendia a suas necessidades de provocação e ainda tinha um componete ecológico.“Estávamos resgatando um material que, logo após seu uso, original era descartado”.
Fernando Durão nasceu em Portugal em 1952. Com a guerra colonial em Angola e a ditadura em seu país de origem, a família do artista veio para o Rio de Janeiro em 1969. Durão deu continuidade aos estudos e tornou-se um reconhecido artista plástico com exposições em importantes museus brasileiros, como o Museu de Arte de São Paulo (Masp).
Edição: Nádia Franco
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