Ação contra aumento das passagens de ônibus termina com 15 prisões em SP

07/06/2013 - 7h37

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A Polícia Militar (PM) prendeu 15 pessoas suspeitas de causar danos, atos de vandalismo e incêndios durante o protesto contra o aumento das passagens de ônibus, feito nessa quinta-feira (6) na capital paulista. O presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo, está entre os detidos. Segundo o comandante do policiamento no centro da cidade, coronel Reynaldo Rossi, pelo menos um manifestante e dois policiais, inclusive ele, atingido por uma garrafa, ficaram feridos no confronto. Em nota, o Movimento Passe Livre (MPL), organizador do ato, informou que 30 pessoas foram feridas por balas de borracha e estilhaços de bombas de gás.

Rossi disse que foi necessário reprimir a manifestação a partir do momento em que o grupo de 2 mil pessoas, segundo estimativa da PM, interrompeu o tráfego na Avenida 23 de Maio, na altura do Vale do Anhangabaú. “Interromper o trânsito, produzir focos de incêndio e arremessar objetos contra o efetivo”, enumerou, ao falar dos motivos da ação policial que envolveu 323 PMs, incluindo homens da Força Tática e do Batalhão de Choque.

Na ocasião, o grupo de 5 mil pessoas, de acordo com o MPL, queimou três catracas de papelão e alguns cones de sinalização. Antes, a manifestação, iniciada em frente ao Teatro Municipal por volta das 17h, tinha passado pelo Viaduto do Chá, sede da prefeitura paulistana.

No tumulto, passageiros do Terminal Bandeira e da Estação Anhangabaú do metrô também foram atingidos pelo gás lacrimogênio disparado pela polícia. Em seguida, o grupo subiu a Avenida Nove de Julho, jogando lixo na pista e ateando fogo para bloquear o trânsito, até chegar à Avenida Paulista. No trajeto, carros, ônibus e bancas de revista foram depredados. No caminho, o grupo foi perseguido pela polícia, que disparava balas de borracha e bombas de gás. Parte dos manifestantes chegou a entrar no Shopping Pátio Paulista para fugir da repressão policial, onde danificou o letreiro de uma loja e um carro que estava exposto no local.

“Essas pessoas não estavam a fim de se manifestar. Grande parte delas estava a fim de fazer baderna e promover danos indiscriminados”, disse o coronel Rossi. De acordo com ele, as ações levaram a polícia a tentar dispersar o movimento. Na sua opinião, faltou coordenação da liderança do movimento. “A ação foi desastrada”, acrescentou.

Apesar do resultado do ato de ontem, o MPL convocou novo protesto contra o aumento das passagens de ônibus e do metrô para o final da tarde de hoje (7) no Largo da Batata, zona oeste. No início da semana, as tarifas de ônibus, metrô e trem passaram de R$ 3 para R$ 3,20. O movimento defende que o transporte público seja gratuito e alega que o reajuste é uma opção política.

Edição: Graça Adjuto

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