Cristina Indio do Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Seis mil policiais civis e militares fluminenses serão preparados para abordar o cidadão de acordo com o respeito à diversidade e aos direitos humanos de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. Durante um ano e meio, a partir do próximo mês, eles receberão orientações em 40 encontros. A ideia é reunir, por dia, cerca de 200 policiais em sete regiões do estado.
Os encontros fazem parte da Jornada Formativa de Segurança Pública e Cidadania LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros), lançada hoje (4), no auditório da Secretaria de Segurança Pública, no centro da cidade. “A gente vai fazer a formação continuada em todo o estado. Não vai ficar focada na capital. Aqui, a segurança pública se divide em sete regiões integradas. Nós vamos fazer as formações nas sete”, disse Cláudio Nascimento, superintendente de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos e coordenador do Programa Rio sem Homofobia da Secretaria de Estado de Ação Social e Direitos Humanos (Seasdh)
O programa é organizado pela Seasdh, por meio do Programa Rio sem Homofobia, pela Subsecretaria de Educação, Valorização e Prevenção, da Secretaria de Estado de Segurança (Seseg) e pelas polícias Civil e Militar.
Segundo Cláudio Nascimento, quase 5 mil policiais passaram por um trabalho de formação nos últimos quatro anos. Desse total, cerca de mil policiais do 19º Batalhão de Polícia Militar (BPM), de Copacabana, do 23º BPM, do Leblon, da 12ª Delegacia de Polícia, de Copacabana, e da 13ª Delegacia, de Ipanema, todos na zona sul, fizeram parte da experiência piloto para a Jornada Formativa.
Na avaliação do coordenador, a melhora no atendimento e na atuação policial já é uma realidade no Rio. Ele destacou que junto há a articulação de várias políticas que estão dando certo. “O Rio de Janeiro é o primeiro estado do país que tem a homofobia no registro de ocorrência policial. Isso dá a dimensão dos crimes contra a população LGBT. A inclusão da disciplina de homofobia e cidadania LGBT na matriz curricular das duas policias do Rio também é importante para a formação dos profissionais. Além disso, o acompanhamento dos crimes e o nível de investigação geraram uma ambiência muito mais favorável”, explicou.
De acordo com Cláudio Nascimento, a Polícia Civil informou que 1.200 policiais que estão sendo contratados serão incluídos na formação para atendimento à população LGBT. “No final, nós vamos atingir 7.200 policiais em 18 meses”, disse.
Durante o lançamento da Jornada Formativa de Segurança Pública e Cidadania LGBT foi feito um debate sobre os resultados e avanços no tratamento à população LGBT no Rio. “Hoje todos os comandantes dos batalhões da Polícia Militar estavam aqui. Isso demonstra o efetivo compromisso com o programa de formação continuada”, ressaltou.
Edição: Aécio Amado
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