Programas sociais no Distrito Federal conscientizam jovens sobre saúde e sexualidade

01/06/2013 - 18h45

Marcelo Brandão
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Mesmo com toda a informação disponível, os jovens ainda não se mostram preocupados com a saúde, é o que aponta o terapeuta do Programa Jovem de Expressão, Vinícius Dias. “Em uma pesquisa feita pelo projeto, foi mostrado que apenas 9% dos jovens procuraram serviços de orientação para coisas da saúde deles. A gente percebeu que esse jovem é muito tímido para procurar esse serviço de saúde. Uma das alternativas foi trazer o serviço de saúde para perto dos jovens”.

Neste sábado (1), na cidade de Ceilândia, no Distrito Federal, o Jovem de Expressão realizou uma parceria com outro projeto, o Quero Fazer, responsável por realizar testagem de HIV e aconselhamento psicológico a pessoas diagnosticadas com o vírus. As pessoas fazem o teste e recebem informações sobre a prevenção da aids. Os testes são feitos em um trailer que circula em pontos estratégicos da capital federal.

“É a oportunidade que a gente tem de detectar precocemente a contaminação pelo HIV. Mesmo porque a maioria dos jovens não procura serviços de saúde com frequência para esse tipo de testagem. Então, o diferencial do Quero Fazer é que a pessoa não precisa ir ao serviço de saúde, o serviço vem até onde eles estão”, explica Lidiane Andrade, coordenadora do Quero Fazer.

Para o terapeuta Vinícius Dias, esse trabalho ajuda a comunidade, sobretudo os jovens, a adquirir o hábito de se cuidar e se preocupar com sua saúde. “A gente espera que esse jovem que não procura o serviço de saúde tenha acesso, faça o teste. Esperamos ainda conscientizar sobre a importância do uso do preservativo”. Dias destaca que apesar de toda a informação disponível sobre a aids, o trabalho precisa ser aprofundado. “Informação tem, mas o comportamento final ainda não foi mudado. E muitos jovens ainda acreditam que se pega aids pela saliva ou picada de mosquito. Apesar de toda a informação, ainda temos que avançar bastante”.

Cleiton Melo, de 28 anos, foi ao trailer do Quero Fazer para realizar o teste pela primeira vez. “O teste é importante para a gente se cuidar, saber se tem doença ou não, se prevenir mais rápido e ter uma saúde garantida”, disse. Antônio de Mesquita tem 33 anos e também nunca havia feito o teste. “É fundamental ter um resultado rápido para que a pessoa saiba se está com alguma coisa ou não, até para se sentir mais aliviado”.

Além da participação em projetos nas cidades-satélites do DF, o trailer de testagem móvel voluntária do Quero Fazer está todas as quartas-feiras no Edifício Conic, no centro de Brasília, e às quintas-feiras no Bar Barulho, no Parque da Cidade. No último domingo de cada mês é possível realizar o teste de HIV no estacionamento da pista de kart, também no Parque da Cidade. É realizado um teste diagnóstico, cujo resultado fica disponível em 30 minutos. Sendo positivo, é feito um exame de confirmação desse resultado. O projeto conta com uma equipe de psicólogos para prestar assistências aos soropositivos e encaminhá-los a centros de referência, onde poderão dar início ao tratamento.

O programa é realizado pela Caixa Seguros, em parceria com a Central Única das Favelas (Cufa-DF), o Grupo Cultural Azulim, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc) e a Unesco.

 

Edição: Fernando Fraga

 

Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. É necessário apenas dar crédito à Agência Brasil