Nobel da Paz sul-africano defende anistia e perdão para o fim dos conflitos na Colômbia

29/05/2013 - 20h20

Leandra Felipe
Correspondente Agência Brasil/EBC

Bogotá – Ao falar hoje (29) sobre as negociações de paz entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Frederick De Klerk, ex-presidente da África do Sul (1989-1994) e Nobel da Paz de 1993, prêmio que dividiu com Nelson Mandela, disse que somente com anistia e perdão será possível alcançar a paz duradoura e estável na Colômbia. Para ele, perdoar a anistiar são fundamentais para que o conflito possa terminar.

Em visita ao país para um evento, De Klerk desejou força ao governo e as Farc para terminar com o conflito armado de 49 anos. Ele citou o exemplo sul-africano: "tive que aceitar inclusive que um assassino a sangue frio recebesse perdão. Isso não me fez feliz, me entristeceu, mas foi uma concessão que tive que fazer para assegurar a paz duradoura".

Joaquín Villalobos, ex-chefe político e militar do Exército Revolucionário do Povo (ERP) – grupo guerrilheiro que atuou em El Salvador entre 1979 e 1992 - também participou do evento. Ele disse que, se as Farc não firmarem um acordo de paz, o futuro da guerrilha será o de uma "gangue criminal".

Na avaliação de Villalobos, somente a "tolerância da sociedade civil" irá garantir que a Colômbia, após firmado um acordo de paz com as Farc, não volte ao conflito. "Tolerância é a palavra chave", disser.

Tanto Villalobos como De Klerk consideram que as condições atuais são melhores que antes para o processo de paz no país.

 

Edição: Aécio Amado

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