Fernanda Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O fechamento da Feira da Madrugada para uma reforma causou protestos e tumulto na madrugada de hoje (29). O comércio popular ocupa a região central da capital paulista e concentra 5 mil boxes. Os manifestantes chegaram a fechar a Rua São Caetano e a Avenida do Estado. A Polícia Militar (PM) precisou ser chamada. Segundo a PM, a confusão começou por volta das 3h e não há informações sobre pessoas detidas.
De acordo com Manoel Sabino, presidente da Comissão dos Comerciantes Feira da Madrugada Pátio Pari (Cofemapp), a liminar concedida pela Justiça que permitia o funcionamento da feira – solicitada por grupos de comerciantes contrários ao fechamento – foi cassada na segunda-feira (27). Alguns comerciantes, temendo não conseguir mais retornar ao deixar seus boxes, decidiram dormir dentro da feira e fazer manifestações nas ruas.
A reforma na feira é uma medida da prefeitura para aumentar a segurança das instalações hidráulicas, elétricas e de alvenaria. As obras vão durar 60 dias e terá a padronização dos boxes e alargamento dos corredores. “Até o último momento, tentamos que a reforma fosse feita com ela [feira] parcialmente aberta. Mas, segundo o prefeito e as empresas responsáveis pela reforma, é impossível fazer [isso] com a feira aberta. Optamos em concordar, apoiar, fiscalizar e garantir que ninguém perca seu local de trabalho”, disse o presidente da Cofemapp.
Entre os quase 10 mil trabalhadores da Feira da Madrugada, alguns aceitaram retirar os produtos nesta manhã – o prazo para a retirada, segundo a comissão, termina às 18h. “Mas conversaremos com a prefeitura para que isso seja feito sem correria até sábado, porque na próxima segunda-feira começa a reforma”, informou Sabino.
Segundo ele, durante os 60 dias em que a feira estiver fechada, os comerciantes não devem improvisar outro local de vendas. “Como a maioria é formada por microempreendedores, eles sabem atuar. Vão ser dois meses difíceis, mas, depois da reabertura da Feira da Madrugada, serão também anos abastados de vendas”, disse ele.
Edição: Talita Cavalcante
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