Leandra Felipe
Correspondente Agência Brasil/EBC
Bogotá - Após prometer que só se pronunciaria sobre sua candidatura à reeleição no fim deste ano – no limite do prazo legal estabelecido, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciou hoje (17) que pretende se candidatar a mais um mandato em 2014. “Quero que a política de paz seja reeleita”, declarou em pronunciamento à imprensa na Casa de Nariño (Palácio Presidencial).
Santos vinha se esquivando falar sobre o assunto, mas a mesa de negociações entre o governo do país e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) levou a antecipar a agenda eleitoral. As eleições presidenciais no país estão marcadas para maio de 2014.
Preparando-se para a disputa, Santos também anunciou mudanças na equipe ministerial. O ministro do Interior e de Justiça, Germán Vargas Lleras, e o secretário-geral da Presidência, Juan Mesa Zuleta, deixam a equipe para começar a cuidar da campanha eleitoral.
“Para evitar suspeitas, quero hoje dizer a vocês que, sim, eu desejo, clara e firmemente que as políticas que temos promovido continuem muito além do 7 de agosto de 2014 [dia da posse presidencial]” declarou.
Vargas e Zuleta são antigos aliados de Santos, que o acompanham há muitos anos. Vargas Lleras foi ministro de Interior nos dois primeiros anos de seu mandato e Juan Mesa foi seu conselheiro de Comunicação, antes de ser secretrário-geral.
Santos fez questão, no entanto, de explicar que somente admitiu informalmente que será candidato. “Minha decisão formal sobre meu futuro só será anunciada na data indicada pela lei, ou seja, seis meses antes das próximas eleições”, ressaltou.
O presidente reconheceu sua intenção de tentar a reeleição em um momento de muita expectativa no país. Espera-se que a mesa que negocia o fim do conflito armado com as Farc começe a fechar acordos sobre os itens da pauta de negociações.
Os negociadores estão reunidos em Havana desde a última terça-feira (14), na nona rodada de diálogos. Desta vez, eles resolveram mudar a dinâmica das negociações. Eles vão analisar as propostas separadamente até amanhã (18), quando voltarão a se reunir para tentar consenso sobre o tema agrário.
A popularidade de Santos apresentou queda nos últimos meses, período em que os opositores intensificaram as críticas ao seu governo. Por outro lado, as negociações com as Farc em busca da paz são aprovadas pela maior parte da população do país.
Edição: Aécio Amado
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