OIT e sindicato de auditores lançam programa de reinserção de vítimas de trabalho escravo

06/05/2013 - 13h06

Karine Melo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Uma experiência bem-sucedida de reinserção social e profissional de vítimas de trabalho análogo à escravidão em Mato Grosso vai ser expandida para todo o país. O objetivo do Movimento Ação Integrada é identificar trabalhadores em risco, oferecer a eles cursos de qualificação profissional e os encaminhar ao mercado de trabalho.

O projeto nacional foi lançado hoje (6), pelo Sindicato Nacional dos Auditores do Trabalho (Sinait) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), na Subcomissão do Tráfico de Pessoas e Combate ao Trabalho Escravo do Senado.

Em Mato Grosso, onde o projeto começou há quatro anos, 302 trabalhadores foram beneficiados. Lá, 92% deles foram aprovados em cursos de qualificação e escolarização. Entre os trabalhadores que concluíram os cursos, 7 em cada 10 conseguiram empregos formais em 2011.

Assim como no projeto piloto, nas demais localidades, a expectativa é criar grande redes de proteção com a participação de empresas públicas e privadas, além de integrar ações já existentes em estados e municípios.

Segundo a OIT, há aproximadamente 21 milhões de pessoas em situações de trabalho forçado no mundo. No Brasil,dados da Secretaria de Inspeção do Trabalho, do Ministério do Trabalho, informam que, entre 1995 e 2011, 41.608 mil pessoas foram retiradas da situação análoga à escravidão no país.

Durante o lançamento do projeto, a presidenta da Comissão de Direitos Humanos do Senado, senadora Ana Rita (PT-ES), fez um apelo para que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 57A/1999, seja votada na Casa. O texto prevê a expropriação de propriedades rurais e urbanas onde forem encontradas situação análoga à escravidão no país. A PEC está parada na Comissão de Constituição e Justiça.

Edição: Talita Cavalcante

Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir as matérias é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil