Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os empresários da indústria têxtil de Bangladesh apelaram hoje (29) para que as multinacionais ocidentais mantenham os investimentos no país. O apelo ocorre cinco dias depois do desabamento de um edifício comercial, no qual havia fábricas de tecido produzindo roupas para marcas europeias, matando mais de 300 pessoas. A tragédia do Edifício Rana Plaza evidenciou a falta de condições de segurança no trabalho no país.
A indústria de vestuário de Bangladesh é a segunda maior do mundo, depois da China. As marcas Primark (Reino Unido) e Mango (Espanha) confirmaram que suas roupas eram fabricadas no edifício, enquanto a Benetton (marca italiana de roupas e acessórios) informou que apenas uma encomenda tinha sido fabricada no local.
Os empresários se reuniram hoje com representantes de 30 das principais marcas de roupa do mundo, como a H&M, Walmart e Gap, para dar garantias de segurança. Fabricantes e marcas compradoras comprometeram-se a formular juntos um plano de segurança.
O representante da associação dos fabricantes têxteis de Bangladesh, Shahidullah Azim, disse que houve tentativa dar às marcas garantias de que atuam para evitar “a repetição de tragédias", como a do Rana Plaza, e pediram para "não cancelarem encomendas e envios". Azim falou em nome de 4.500 fábricas.
Cinco dias depois do desabamento do prédio, onde trabalhavam cerca de 3.000 trabalhadores têxteis, o número total de mortos chega a 382, mas a expectativa das autoridades é que aumente a quantidade de vítimas. Ainda há muitos desaparecidos.
A indústria têxtil representa 80% das exportações de Bangladesh e emprega mais de 40% da mão de obra industrial do país. A maioria dos operários ganha menos de 30 euros por mês e trabalha cerca de dez horas por dia, seis dias por semana.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa
Edição: Carolina Pimentel
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