Investimento estrangeiro direto no Brasil ficou em US$ 688,6 bilhões ao fim de 2011

24/04/2013 - 14h46

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O estoque de investimento estrangeiro direto no Brasil, que vai para o setor produtivo, ficou em US$ 688,588 bilhões, no final de 2011, de acordo com o Censo de Capitais Estrangeiros no País, divulgado hoje (24) pelo Banco Central (BC). No final de 2010, esse estoque estava em US$ 670,043 bilhões.

Esses investimentos são divididos em participação de capital estrangeiro e em empréstimos intercompanhias. Os empréstimos intercompanhias ficaram em US$ 99,398 bilhões e a participação de capital estrangeiro corresponde à maior parte, US$ 589,190 bilhões.

De acordo com os dados do censo, São Paulo é o estado com a maior participação de capital na indústria, com US$ 99,896 bilhões do total de US$ 236,376 bilhões do setor. Em São Paulo, a maior parte do estoque dos investimentos está no segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias (US$ 21,073 bilhões). Depois de São Paulo, vêm o Rio de Janeiro, com US$ 31,392 bilhões do estoque de investimentos, e Minas Gerais (US$ 25,069 bilhões).

Em relação a tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB), a participação de capital estrangeiro, no total, ficou em 24% em 2011, contra 27% em 2010. Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, essa redução se deve à cotação do dólar. As empresas prestam as informações ao BC em reais e o resultado é convertido em dólar, considerando a cotação de 31 de dezembro. Já para o cálculo do PIB em dólar, é considerada a média do ano. “Isso desfavoreceu a relação entre o investimento estrangeiro direto e o PIB”, disse. Segundo Maciel, no final de 2011, o dólar estava em R$ 1,88 e a média do ano foi R$ 1,67.

Entretanto, ao longo dos anos, há registro de aumento da participação estrangeira. “A tendencia de longo prazo é ampliação de participação do capital estrangeiro na estrutura produtiva do país”, destacou Maciel. Em 1995, a participação de capital estrangeiro correspondia a 5% do PIB, subiu para 16% em 2000, e para 18%, em 2005.

Maciel destacou ainda que os investimentos estrangeiros no país são importantes porque geram salários, impostos e lucros no país. Ele acrescentou que esses recursos externos dão “suporte à ampliação de investimentos” no Brasil.

De acordo com o censo, o setor de serviços recebe a maior parte dos investimentos estrangeiros em participação de capital, com 44,9%, seguido pela indústria (40,5%) e pelo setor agricultura, pecuária e extrativo mineral (14,6%). De acordo com avaliação de Maciel, atualmente, há crescimento “mais acentuado” do setor de serviços, o que estimula os investimentos estrangeiros.

Os Estados Unidos são o país de onde vem a maior parte do estoque da participação de capital, com 19,6% em 2011. Esse dado leva em consideração o investidor final, que ocupa o topo da cadeia de controle da empresa. A Espanha ficou com 13,1% e a Bélgica, com 9,3%.

Edição: Juliana Andrade

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