Governo não poupará medidas para conter inflação, diz Mantega

10/04/2013 - 17h25

Luciene Cruz*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje (10) que o governo não vai poupar medidas para conter a inflação. O ministro ressaltou, no entanto, que o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - que mede a inflação oficial do país - tem “desacelerado” ao longo dos meses.

“A inflação de março, se nós decompusermos essa inflação, vamos ver grande desaceleração da inflação. Tivemos os alimentos que pressionaram a inflação de março e impediram que a queda fosse maior”, comentou.

As declarações do ministro foram dadas ao final da 15ª Reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI).

O IPCA divulgado nesta quarta-feira (10) de manhã, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou alta de 6,59% em 12 meses, uma taxa acima do teto da meta de inflação estabelecida pelo Banco Central, que é 6,5%. A última vez em que o IPCA superou a meta foi em dezembro de 2011, quando atingiu 6,64%. Em março, a variação foi 0,47%, ante a taxa registrada no mês anterior, de 0,60%.

Entre os grupos de despesas analisados pelo IBGE, o de alimentos, mesmo com desaceleração, saindo de 1,45% para 1,14%, registrou o maior resultado entre todos os grupos, responsável por 60% do índice do mês. Para o ministro, a situação dos alimentos deve melhorar nas próximas semanas com o começo da safra agrícola.

Para Mantega, a trajetória de queda da inflação continuará ao longo de 2013, mas observou que o governo está atento ao aumento de preços. “Estamos atentos porque ela [inflação] é prejudicial a toda economia brasileira. Aos trabalhadores, que pagam produtos mais caros, e aos empresários, porque têm dificuldades de calcular custos e viabilizar projetos. A boa noticia é que o IPCA de março foi menor que o de fevereiro e menor que o de janeiro. Estamos com trajetória de redução da inflação”, disse.

O ministro evitou comentar mudança na taxa básica de juros, a Selic, que pode ser decidida na próxima semana, quando ocorre reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). “Eu não falo de juros, juros são de responsabilidade do Banco Central”, esquivou-se. A taxa atual está em 7,25% ao ano.

*Colaborou Pedro Peduzzi

Edição: Fernando Fraga

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