Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) multou nesta terça-feira (9) em cerca de R$ 6,7 milhões a Light por gases explosivos encontrados nas caixas subterrâneas da concessionária e graves falhas na manutenção dos equipamentos da rede. Em 2011, pelo menos três bueiros explodiram entre julho e agosto, na capital fluminense. No mesmo período, técnicos da Aneel identificaram 415 bueiros irregulares dos 2.439 inspecionados na rede da empresa.
De acordo com o diretor da Aneel e relator do processo André Pepitone da Nóbrega, independentemente da origem do gás, havia falhas graves de planejamento de manutenção da rede em galerias subterrâneas da Light.
“Não cabe mais recurso na esfera administrativa por parte da Light. A partir das falhas encontradas na manutenção das caixas de energia, ficou constatado falta de compromisso da empresa. Agora, a concessionária tem o prazo de 30 dias para pagar a multa, que será revertido para a Conta de Desenvolvimento Energético [CDE], em prol da população”, disse à Agência Brasil.
Segundo o diretor, o fato de ter sido encontrado gás da CEG (Companhia de Gás do Rio) nas caixas subterrâneas não anula a responsabilidade da Light de zelar pelos equipamentos. A Aneel determinou também que a concessionária se adeque com equipamentos modernos.
Os dados foram relatados, em junho de 2012, pela Superintendência de Fiscalização dos Serviços de Eletricidade (SFE) da Aneel e constam no Auto da Infração n° 102/2012. Entre os problemas existentes nas galerias subterrâneas da concessionária, constam a presença de gases explosivos nas caixas de inspeção; o risco na segurança da rede subterrâneas, com ocorrências de fumaça, deslocamentos de tampa, explosões e danos a maquinário e cabos; o descumprimento do plano de manutenção para as caixas e a existência de problemas de manutenção em câmeras transformadoras.
Em nota, a assessoria da Light informou que examina a possibilidade de propor à Aneel a conversão da multa em investimentos na própria rede, em adição ao seu programa para 2013. A Light infirmou que os custos de investimentos na rede subterrânea nos últimos dois anos somaram R$ 231 milhões.
Edição: Fábio Massalli
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