Vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos cogita renúncia em protesto a declarações de Feliciano

01/04/2013 - 21h52

Iolando Lourenço*
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, a deputada evangélica Antônia Lúcia (PSC-AC), comunicou hoje (1º) ao líder do seu partido, deputado André Moura (SE), que pensa em renunciar ao cargo por não concordar com as declarações feitas pelo presidente da comissão, deputado Pastor Marco Feliciano, durante culto evangélico na última sexta-feira (29), no município de Passos (MG).

Segundo a assessoria da liderança do PSC, a deputada ainda não tomou a decisão e vai se reunir amanhã (2) com o líder do partido para tratar do assunto. Depois de ser alvo de protestos antes de um culto para evangélicos, Feliciano disse que “essa manifestação toda se dá porque, pela primeira vez na história deste Brasil, um pastor cheio de Espírito Santo ocupa um espaço que até ontem era dominado por Satanás”.

Hoje, em sua conta no Twitter, o deputado explicou que não comparou os integrantes da comissão, no passado, com “Satanás”, mas que o termo significa, em hebraico, “adversário e acusador”.  “Quando cito Satanás estar em locais de trabalho, falo sobre adversários. Satanás ou Satã, do hebraico שָטָן, significa adversário/acusador”, postou Feliciano na internet. “A Constituição Federal, Art. 5º parágrafo 6º - é inviolável a liberdade de consciência e de crença”, acrescentou o pastor.

Feliciano disse ainda que conversou com a deputada Antônia Lúcia e que ela teria entendido a sua declaração. “Acabei de falar com a deputada Antônia Lúcia e expliquei o ocorrido em  Minas Gerais e pedi desculpas pelo mal entendido e ela aceitou”, tuitou Feliciano.
 
A reportagem da Agência Brasil tentou falar com a deputada Antônia Lúcia, mas não obteve retorno das ligações. Desde que foi indicado para a presidência da Comissão de Direitos Humanos, o deputado Pastor Marco Feliciano é alvo de protesto por grupo de defensores dos direitos dos homossexuais e dos negros por declarações ofensivas a esses segmentos.

*Colaborou Ivan Richard

Edição: Fábio Massalli

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