Manifestação contra o golpe militar pede punição para os responsáveis pelos crimes da ditadura

01/04/2013 - 21h52

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Uma manifestação contra o golpe militar de 1964, que completa 49 anos hoje (1º), reuniu um grupo de pessoas na Cinelândia, no centro da capital fluminense. Integrantes da União Nacional dos Estudantes (UNE), Juventude Socialista do PSB, Levante Popular da Juventude, do Tortura Nunca Mais e de partidos políticos como o PCdoB, PT e PSTU e da sociedade civil organizada de uma maneira geral pediram punição para os responsáveis pelos crimes cometidos durante a ditadura.

Lideranças estudantis, parentes de vítimas e políticos também cobravam mais empenho nas investigações que estão sendo conduzidas pela Comissão Nacional da Verdade. A jornalista Hildergard Angel, irmã de Stuart Angel e filha de Zuzu Angel, vítimas da ditadura, disse que a Cinelândia, local da manifestação, é um marco da luta pela democracia no país. A Cinelândia, durante o regime militar, foi cenário de vários atos de protesto contra os militares.

O presidente da UNE, Daniel Iliescu, em seu discurso, disse que a manifestação é “um contraponto aos atos de apoio realizados por aqueles que tentam comemorar o período sombrio da história do país, marcado pela ditadura militar”. Ele ressaltou que foi em 1º de abril de 1964 que a ditadura incendiou a sede da UNE na Praia do Flamengo”.

Iliescu também falou sobre as ideias defendidas pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) em favor do regime militar instalado no país em 1964. “A gente o conhece e sabe as ideias defendidas por ele [Bolsonaro]. A diferença é que hoje ele pode fazer isso sem ter que pagar com a própria vida. Felizmente, ele representa um pensamento minoritário no Parlamento”, ressaltou.

Durante a manifestação desta segunda-feira, a Cinelândia também foi ocupada por um grupo de pessoas que protestava contra a desocupação do antigo Museu do Índio, que será reformado para receber o Museu Olímpico. Os índios que ocupavam o prédio desde 2006 querem que o antigo museu seja transformado em um centro cultura indígena.

Houve uma confusão entre os integrantes dos dois atos com bate-boca dos dois lados, pois um protesto atrapalhava o outro. Os ânimos exaltados, no entanto, foram serenados pelos próprios participantes das duas manifestações.

 

Edição: Aécio Amado

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