Programa de resgate do Chipre vai ajudar a restaurar a viabilidade econômica do país, diz Durão Barroso

25/03/2013 - 13h39

Thais Leitão*
Repórter da Agência Brasil


Brasília – O programa de resgate do Chipre, se for “devidamente aplicado”, vai ajudar a restaurar a viabilidade da economia do país, avaliou o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso. Ele disse estar confiante no sucesso do acordo, acertado na madrugada de hoje (25), após quase 12 horas de negociações com ministros das Finanças da zona euro. Durão Barroso acredita, no entanto, que é cedo para estimar os impactos macroeconômicos que serão gerados.

Pelo programa de resgate, o governo do Chipre poderá receber empréstimo de até 10 bilhões de euros da Troika - formada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Central Europeu (BCE) e a Comunidade Europeia (CE).

Segundo as autoridades, a medida dá alívio à União Europeia. A saída da zona do euro e a perda de confiança no sistema bancário podem ser fatais para os países do Sul da Europa, como Portugal, que está sob intervenção da Troika desde abril de 2011.

O presidente da Comissão Europeia também anunciou, em declaração feita hoje (25), em Bruxelas, a criação de um grupo de trabalho que apoiará as autoridades cipriotas. O grupo será coordenado pelo comissário europeu para assuntos econômicos e monetários, Olli Rehn, e trabalhará em Bruxelas, além de contar com uma equipe em Nicósia, capital cipriota. Ainda segundo José Manuel Durão Barroso, o grupo apresentará à Comissão Europeia e às autoridades do Chipre relatórios trimestrais sobre a evolução do programa.

Os principais líderes políticos cipriotas avaliam que o acordo alcançado em Bruxelas é um mal menor diante do risco de falência do país. O presidente do Chipre, Nicos Anastasiades, disse estar satisfeito com o resultado das negociações.

Em comunicado, o presidente da comissão parlamentar de Finanças, Nikos Papadopulos, do partido social-democrata Diko, destacou que a medida é um acordo doloroso, que vai mudar o cotidiano no Chipre, mas enfatizou que, a partir de hoje, o país precisa demonstrar que é capaz de fazer o melhor, “com o apoio da qualidade da nossa mão de obra e da exploração das nossas riquezas naturais”.

Pelo acordo, os pequenos depositantes cipriotas ficarão protegidos, mas haverá cortes para os grandes depósitos, em patamar que deverá ser fixado nas próximas semanas, conforme informou o presidente do Eurogrupo, formado pelos ministros das Finanças dos 17 países da zona do euro, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional (FMI), Jeroen Dijsselbloem.

O porta-voz do governo do Chipre, Christos Stylianides, disse que os depósitos de mais de 100 mil euros do Banco do Chipre deverão pagar uma taxa de "cerca de 30%".  

O Banco Laiki, segundo maior do país, será liquidado e os ativos de 9 milhões de euros serão levados para o Banco do Chipre, a maior instituição financeira do país, que será estruturado conforme futuras exigências dos credores.

O país é conhecido como um dos paraísos fiscais da Europa, utilizado especialmente por empresas e grandes depositantes individuais russos.
 


*Com informações da Agência Lusa e da BBC Brasil   

Edição: Lílian Beraldo

 

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