Escolha de um papa da América Latina é vista como positiva por representantes de várias religiões no Rio

13/03/2013 - 21h29

Alana Gandra e Vladimir Platonow
Repórteres da Agência Brasil

Rio de Janeiro – A eleição do cardeal argentino Jorge Bergoglio como papa repercute em diversos setores da sociedade. Para o interlocutor do candomblé na Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, organização não governamental, o babalaô Ivanir dos Santos, a escolha de um papa da América Latina poderá representar uma esperança para que o diálogo religioso se fortaleça no mundo. “Em especial no Brasil, o respeito às religiões de origem africana. Que ele venha para ser um papa da diversidade”, disse. “É um prenúncio de mudança dentro da Igreja Católica. É um cidadão comum de um continente onde impera a diversidade”, completou.

A sacerdotisa Fátima Damas, da umbanda, aprovou a escolha de um cardeal argentino para o Vaticano. “São nossos coirmãos. E ele está com seus olhos voltados para o povo mais sofrido, para o pobre. Ele está aberto para o diálogo. Isso é importantíssimo”. Fátima lembrou que o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta, membro da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa pela Igreja Católica, “já fez essa abertura”. A umbandista espera que o papa eleito, quando vier ao Rio de Janeiro, em julho próximo, para participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), possa receber a comissão, “que é a pluralidade dos religiosos”.

O budista Jyu Nsho roga para que o novo papa possa ajudar na comunicação entre as religiões, tornando a prática religiosa melhor. “A gente espera que isso possa melhorar no Brasil inteiro”, disse. O sacerdote do movimento Hare Krishna no Brasil, Prema Bhakti, também defende o fortalecimento do diálogo entre as religiões e achou positivo o fato do papa Francisco ser latino-americano. “Eu fico feliz pelo fato de ser um latino-americano, porque representa um avanço na Igreja Católica. E fico esperançoso que ele fortaleça esse diálogo em relação ao discurso interreligioso, o debate entre as religiões e possa fortalecer o diálogo contra a intolerância e a união entre todos os religiosos”, declarou.

Os representantes da religião muçulmana no Rio de Janeiro saudaram a escolha do novo papa e esperam dele uma continuidade ao trabalho de aproximação que vinha sendo feito pelo papa emérito Bento XVI. “Estamos esperançosos. É o primeiro papa sul-americano e esperamos que ele possa desenvolver um excelente trabalho, principalmente no diálogo interreligioso, que é importantíssimo. Esperamos que ele possa ser bem-sucedido nas próprias questões inerentes ao catolicismo. Até porque ele colocou um nome alusivo a São Francisco de Assis, que tem toda a questão da humildade e do trabalho pelos pobres”, disse o diretor do Departamento Educacional da Sociedade Beneficente Muçulmana do Rio de Janeiro, Sami Isbelle.

 

Edição: Aécio Amado

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