Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Pela primeira vez desde a aprovação da nova Constituição em 2010, os eleitores do Quênia (África) irão hoje (4) às urnas para escolher o presidente, os governadores e os prefeitos, além de representantes das mulheres e dos grupos especiais. As eleições ocorrem em meio a um clima de disputas étnicas e de violência. Oito candidatos disputam a Presidência e não há, segundo pesquisas de intenção de voto, um nome que lidere.
Na relação de candidatos estão o atual vice-primeiro-ministro, Uhuru Kenyatta, de 51 anos, que é líder dos kikuyus, tribo dominante, e o atual primeiro-ministro, Raila Odinga, de 68 anos, que é chefe da tribo dos luos e filho de Oginga Odinga, histórico rival de Jomo Kenyatta (pai de Uhuru Kenyatta).
De acordo com especialistas, ambos têm responsabilidade na violência que se seguiu às eleições, em 2007, e durou quatro meses, deixando pelo menos 1.300 mortos e 300 mil deslocados. Kenyatta é denunciado no Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes contra a humanidade, o que levou grupos da sociedade civil a apresentar uma petição para retirá-lo da disputa.
Odinga, que concorreu às eleições em 2007 e contestou a derrota, não foi indiciado pelo TPI, mas alguns de seus correligionários foram. A violência de 2007 terminou com a assinatura de um acordo, em 28 de fevereiro de 2008, que abriu caminho à formação de um governo de unidade nacional, no qual Kibaki manteve a Presidência e Odinga ficou como primeiro-ministro.
A Al Shabab, milícia extremista islâmica que domina parte da Somália e tem ligações com a Al Qaeda, também atua no Quênia. Paralelamente, há uma disputa étnica. A Organização Internacional para as Migrações informou que se prepara para dar assistência ao país, por meio da execução de uma estratégia setorial e de planos de contingência.
O Quênia é uma das principais economias africanas e um dos destinos turísticos mais procurados na região. Em janeiro de 2011, o Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou um empréstimo de 390 milhões de euros para fortalecer a economia do país. Cerca da metade da população, de 40 milhões de habitantes, vive com o equivalente a menos de US$ 1 por dia.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa
Edição: Graça Adjuto