CNDL considera resultado do PIB de 2012 “lamentável”

01/03/2013 - 19h42

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Crescimento de 0,9% na atividade econômica do ano passado foi “lamentável” e, não fosse o setor de serviços, o resultado do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas brasileiras produzidas em 2012) teria sido um “desastre”, de acordo com a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL).

Em nota na qual repercute o baixo desempenho da economia, divulgado hoje (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a entidade que congrega os comerciantes diz que “apesar do bom resultado” das vendas do comércio varejista, que cresceram 8,4% no ano passado, “o modelo econômico de crédito farto está se esgotando, e não será suficiente para sustentar a economia em 2013”.

Embora o comércio vivencie “bom momento de crescimento das vendas e de recuo da inadimplência”, o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Júnior, defende mudanças na política tributária do país para que as micro e pequenas empresas consigam sobreviver, “sobretudo diante das distorções diariamente implementadas pelo governo”.

Preocupação semelhante tem a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que estima crescimento de 6,7% nas vendas deste ano, comparado aos 8,4% de 2012. Aumento “ainda sob efeito do momento favorável no mercado de trabalho, mas sem a influência dos incentivos fiscais sobre as vendas”, de acordo com o economista Fábio Bentes, da CNC.

Bentes acredita que as condições para retomada da economia como um todo sejam melhores neste ano, em relação ao baixo crescimento de 2012 e acompanha expectativa divulgada pelo Banco Central (BC) de expansão de 3,1% em 2013. Segundo ele, haverá reversão das quedas de 2,3% e de 0,8% registradas, respectivamente, pela agropecuária e pela indústria. A agropecuária deve crescer 4,3% neste ano e a indústria 3,4%.

São projeções que levam em conta, porém, as perspectivas de normalidade climática para garantir a produtividade do campo e a redução das altas taxas de inflação, verificadas nos últimos meses. Caso contrário, “a carestia pode corroer o poder de compra do consumidor brasileiro e impactar as vendas”, de acordo com Pellizzaro.

Edição: Fábio Massalli

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