Em maio de 2007, Bento XVI dedicou audiência pública ao Brasil

28/02/2013 - 7h57

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Nos últimos oito anos, o papa Bento XVI comandou 348 audiências gerais, nas quais o público esteve presente, reunindo cerca de 4,9 milhões de pessoas até dezembro de 2012. Em maio de  2007, ele dedicou a celebração à viagem que fez ao Brasil. “Depois de dois anos de pontificado [referindo-se a 2007], finalmente tive a alegria de visitar a América Latina, que tanto amo e onde vive, de fato, grande parte dos católicos do mundo”.

Na ocasião, Bento XVI disse que a viagem teve o valor “de um ato de louvor a Deus pelas maravilhas operadas nos povos da América Latina, pela fé que animou sua vida e sua cultura durante mais de 500 anos”.

Ao mencionar o Brasil, o papa elogiou a fé dos brasileiros. “É uma nação que pode propor ao mundo um novo modelo de desenvolvimento: a cultura cristã pode inspirar uma reconciliação entre os seres humanos, a partir da recuperação da dignidade pessoal na relação com Deus Pai”.

Porém, Bento XVI lembrou os desafios sociais que o Brasil enfrenta e a necessidade de buscar a cooperação para solucioná-los. “É um grande país, que custodia valores cristãos profundamente arraigados, mas vive também enormes problemas sociais e econômicos. Para oferecer uma solução, a Igreja deve mobilizar todas as forças espirituais e morais de uma comunidade, buscando convergências oportunas com as energias sãs do país”, disse.

Para o embaixador do Brasil na Santa Sé, Almir Franco de Sá Barbuda, que esteve com o papa várias vezes desde outubro de 2011, quando foi nomeado para o posto, Bento XVI deixa um legado marcado pela coragem demonstrada no enfrentamento às denúncias de pedofilia dentro da Igreja e às intrigas, assim como a defesa da tolerância religiosa.

Segundo o embaixador, o papa conhece a realidade brasileira e aprecia o Brasil. “Ele [o papa] sempre destacava o fato de o Brasil ser o maior país católico [a estimativa é que 63% da parcela da população que se declara religiosa seja de católicos]”.

O diplomata acrescentou que o pontífice também costumava manifestar preocupação com as comunidades ribeirinhas do Amazonas. "Como em 2008 foi assinado um acordo entre a Santa Sé e o Brasil, garantindo a preservação do patrimônio da Igreja [Católica Apostólica Romana], ele também demonstrava apreço por isso”.

*Com informações da rádio do Vaticano

Edição: Graça Adjuto