Carolina Sarres
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O governo federal instalou hoje (26) o Conselho Interministerial de Estoques Públicos (Ciep), que também fez a primeira reunião, com participação dos ministros do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas; da Agricultura, Mendes Ribeiro; da Casa Civil, Gleisi Hoffmann; e da Fazenda, o interino Nelson Barbosa. O encontro discutiu as diretrizes do Plano Safra 2012/2013.
Segundo o ministro Pepe Vargas, a reunião teve entre os objetivos principais antecipar os problemas relacionados à agricultura no país e garantir a produtividade no setor. O grupo deve voltar a se reunir em 20 dias. O Ciep foi criado neste mês por decreto da presidenta Dilma Rousseff e tem como atribuição definir as condições para a compra e a liberação de estoques públicos de alimentos.
"Começamos a discutir objetivamente o Plano Safra, de maneira que estejamos perfeitamente informados de todos os aspectos que envolvem a cadeia produtiva e saibamos de que forma vamos ter que agir durante este ano, para que não soframos a mesma situação que sofremos no ano passado", explicou Pepe Vargas. Ele deu como exemplos o preço e a necessidade de compra e transporte de milho em 2012.
De acordo com Vargas, também foi debatida a possibilidade de se estimular o plantio de produtos agropecuários além da soja - cuja área produzida tem aumentado, o que faz com que a área para outros produtos, como o arroz, o milho, o feijão e o trigo, seja reduzida. O Plano Safra é um conjunto de políticas para organizar a economia no setor e promover a sustentabilidade.
"O governo está atento para a recomposição dos estoques das culturas que precisam, especialmente para os alimentos que vão para a mesa dos brasileiros", disse o secretário de Política Agrícola, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Neri Gueller.
Participaram também da reunião, representantes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Sobre a atual redução da compra de soja pelo mercado chinês, devido a atrasos causados por greve dos trabalhadores portuários, Gueller informou que a logística brasileira é prioritária. A paralisação foi motivada pelas negociações sobre a Medida Provisória (MP) 595/2012, que estabelece um novo marco regulatório para os portos. Em acordo com o governo, o movimento de protesto foi suspenso até 15 de março, prazo para que as negociações sobre a medida avancem.
Edição: Davi Oliveira
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