Patriota condena violência na Síria, mas rebate uso de forças militares

25/02/2013 - 14h07

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, condenou hoje (25) a violência na Síria, apelando para que a comissão que investiga as denúncias de violação de direitos humanos de ambos os lados – governo e oposição – realize seu trabalho. Também criticou a falta de progresso nas negociações de paz entre palestinos e israelenses e o aumento de casos de islamofobia, assim como de racismo e de xenofobia.  
Patriota está em Genebra, na Suíça, onde participa da reunião denominada Segmento de Alto Nível da 22ª Sessão Ordinária do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). O conselho existe há sete anos e é responsável pelo fortalecimento da promoção e proteção, assim como pelo tratamento de situações de violação dos direitos humanos.

Ao mencionar a crise na Síria, que completa dois anos em março, Patriota reiterou que a busca pela paz não pode ser “imposta”, nem ocorrer por meio do uso de “forças militares”. Segundo ele, é lamentável o registro de aumento de mortos, vítimas dos confrontos armados na região. As estimativas mais recentes superam 100 mil mortos.

O chanceler ressaltou a necessidade de buscar um acordo entre palestinos e israelenses. O conflito aumentou com a manutenção da política israelense de construção de imóveis na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. “O conflito Israel-Palestina é uma das fontes mais sérias de tensão das relações internacionais”, acrescentou.

Patriota apelou para que o Conselho de Direitos Humanos participe de maneira ativa no combate à xenofobia, ao racismo e à islamofobia. Segundo ele, é fundamental agir contra a intolerância. “A discriminação racial, sob qualquer forma, é incompatível com os direitos humanos”, disse. “A proteção civil deve ser implementada de maneira não seletiva.”

O ministro lembrou os impactos dos ataques dos drones (aviões não tripulados) sobre as populações civis e a necessidade de evitá-los. No segundo semestre, a ONU pretende investigar denúncias que envolvem mais de 20 ataques registrados no Oriente Médio e na África. Patriota defendeu ainda a atuação do grupo de trabalho que analisa as denúncias de execuções sumárias e arbitrárias.
 
O chanceler participa da reunião do Segmento de Alto Nível do Conselho de Direitos Humanos (CDH) que ocorre uma vez por ano. Os 20 Anos da Declaração e Programa de Ação de Viena e sobre o empoderamento da mulher são o tema da sessão este ano.

O Brasil foi eleito em novembro de 2012 para um mandato de três anos no Conselho de Direitos Humanos. Anteriormente, já exerceu o cargo por dois períodos consecutivos, de 2006 a 2011.

Edição: Graça Adjuto

Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir as matérias é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil