Comunicação pública buscará recursos de apoio institucional e cultural para financiar suas atividades, diz diretor da EBC

21/02/2013 - 20h46

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) vai começar este ano a buscar recursos de apoio institucional e cultural para financiar a comunicação pública, anunciou hoje (21) o diretor-geral da empresa, Eduardo Castro. Ele participou do painel sobre as televisões públicas no mundo, dentro da programação do Rio Content Market. O evento é promovido pela Associação Brasileira de Produtoras Independentes de TV (ABPITV), com apoio do Ministério da Cultura e da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, entre outras instituições.

A diretriz é que a captação ocorra com regularidade maior a partir deste ano, disse Castro, em entrevista à Agência Brasil e à TV Brasil. “A gente vai à rua em busca de maior apoio e incentivo, tudo dentro da lei evidentemente. Nós não vamos fazer comerciais, mas a gente coloca a nossa programação à disposição da chancela e do apoio de instituições que acreditam na comunicação pública, instituições que queiram reunir a sua mensagem ou a sua imagem àquela que nós temos de propagadora da cidadania, de difusora de conhecimento, e de todas as missões que nós temos como marcas da TV e da rádio públicas”.

O diretor da EBC não descartou que o apoio será buscado também nas empresas privadas, acentuando que todo mundo que quer associar a sua marca ou o seu nome, “dentro da lei e da lógica da comunicação pública”, é bem-vindo.

A TV Brasil é, hoje, segundo Eduardo Castro, o principal espaço na televisão aberta para a produção independente e a exibição de filmes nacionais. E a meta é valorizar ainda mais essa parceria. “Eu brinco que abrir espaço na programação para aquilo que não é produzido por nós é nosso dever e nossa salvação. Nosso dever porque está na lei. A lei de criação da EBC pede que a nossa programação tenha porcentagem definida como um mínimo de produção independente e também de produção regional. Cumprir isso, para nós, não é só uma obrigação. É o que faz a nossa televisão diferente, efetivamente nacional. É aquilo que abre espaço para novas ideias e novos produtores. É o que faz a diferença a nosso favor”.

Segundo o diretor-geral da EBC, a TV Brasil está ganhando espaço no mercado interno e, também, maior projeção no mercado internacional. Um exemplo disso, é a meta de fazer com que a TV Brasil Internacional transmita a programação nacional para brasileiros no exterior em mais de 80 países. Hoje, ela chega a 68 nações. Futuramente, destacou Castro, ela também transmitirá seu conteúdo em inglês e espanhol. “Este objetivo não tem data ainda para ocorrer. Mas o desafio internamente já começou a existir”, disse.

O diretor destacou que a exemplo da televisão pública dos Estados Unidos, a PBS, a TV Brasil também prioriza na sua programação os segmentos de educação, arte, ciências e jornalismo. Castro revelou que 30,9% da programação da emissora são conteúdo infantojuvenil; 15,4% dramaturgia, englobando cinema e documentários; 23,6% cultura, educação, meio ambiente e ciências; 25% jornalismo e esporte; 3,5% cidadania e direitos humanos; e 1,6% programação religiosa.

 

Edição: Aécio Amado

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