Venezuela considera afirmações da porta-voz dos EUA sobre Chávez "grosseira ingerência" nos assuntos internos do país

20/02/2013 - 18h05

Leandra Felipe*
Correspondente Agência Brasil/EBC

Bogotá - O governo venezuelano rejeitou hoje (20), as declarações da porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Victoria Nuland, que defendeu ontem (19) que a Venezuela convoque novas eleições, caso o presidente Hugo Chávez esteja “incapacitado para governar".

Durante uma entrevista coletiva à imprensa, Victoria disse que Chávez não pode prestar o juramento para a posse do novo mandato em janeiro, em função de seu estado de saúde devido ao tratamento de saúde ao qual ele estava submetido em Cuba. Por isso, segundo ela, o melhor seria que houvesse uma nova eleição como a Constituição do país expressa.

Em um comunicado, o Ministério de Relações Exteriores venezuelano classificou as declarações da porta-voz Departamento de Estado dos Estados Unidos, de uma “nova grosseria e grosseira ingerência do governo de Washington nos assuntos internos do país”. O comunicado do governo da Venezuela classificou as afirmações como parte de um “discurso desestabilizador e corrupto da direita venezuelana”.

O presidente Hugo Chávez voltou à Venezuela na última segunda-feira (18), depois de 68 dias de internação em Cuba, onde foi submetido à quarta cirurgia para o tratamento de um câncer na região pélvica.

Chávez continua internado no Hospital Militar de Caracas, mas ainda não foram divulgadas imagens de sua nova fase do tratamento na Venezuela. Jornalistas venezuelanos e internacionais especulam que a qualquer momento Chávez possa prestar juramento ao Tribunal Superior de Justiça (TSJ) em cerimônia privada.

Mas nem o governo, nem o TSJ acenaram nesse sentido. E mesmo com dúvidas sobre o futuro do mandato de Chávez, a volta dele ao país causou comoção na população. No dia de sua chegada houve várias manifestações na capital e em diversas regiões do país.

Alguns analistas venezuelanos dizem que Chávez pode renunciar ao mandato, ainda que não tenha sido feita nenhuma declaração oficial nesse sentido.

*Com informações da Agência Venezuelana de Notícias (AVN)

Edição: Tereza Barbosa // matéria atualizada às 18h23 para ajuste de informação no segundo parágrafo

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